Eleição no PSDB-SP amplia racha entre tucanos
Racha entre as duas principais correntes tucanas em São Paulo, a do ex-governador José Serra e a do atual governador Geraldo Alckmin, tende a se ampliar
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2013 às 22h59.
São Paulo - Um dia após a eleição de Milton Flávio para a presidência do PSDB paulistano, ocorrida em tumultuada votação na noite desta terça-feira, lideranças da sigla deixaram evidente que o racha entre as duas principais correntes tucanas em São Paulo, a do ex-governador José Serra e a do atual governador Geraldo Alckmin, tende a se ampliar. O vice-presidente do PSDB nacional e ex-governador paulista Alberto Goldman e o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, voltaram a trocar farpas, ao falarem sobre a eventual quebra do acordo que elegeria o vereador Andrea Matarazzo, ligado ao grupo de Serra, presidente do PSDB de São Paulo.
Sob a alegação de que o acordo teria sido rompido por aliados de Alckmin, Goldman cobrou um posicionamento do atual governador do Estado. "Estou esperando o governador se manifestar. Ele próprio me disse, há um mês, que havia um acordo para eleger o Andrea Matarazzo e isso foi rompido para eleger um funcionário do secretário José Aníbal", disse, numa referência ao fato de Milton Flávio ser subsecretário de Energias Renováveis de Aníbal. "(Milton Flávio) É um rapaz de bom caráter, de Botucatu e não tenho problema pessoal com ele. Mas deixar de eleger o principal vereador nosso, com representatividade em São Paulo e nacional, para eleger um funcionário do secretário é algo incompreensível", completou Goldman, em entrevista à Agência Estado.
Aníbal disse que as críticas de Goldman não mereciam ser comentadas porque eram desagregadoras. "O Goldman é uma pessoa amarga e não vou comentar as declarações dele, que são desagregadoras e não têm relevância alguma. Goldman é um sujeito amargo e desrespeitoso", afirmou o secretário de Energia. Segundo ele, não foi possível chegar a um acordo porque o grupo de Matarazzo não contemplou os alckmistas na divisão de cargos, o que é usual. "Não foi possível chegar a uma convergência. O Andrea (Matarazzo) queria a primeira vice-presidência, a secretaria geral e a tesouraria do partido. O Andrea é uma liderança política importante, mas não ao ponto de ser presidente com toda essa hegemonia", disse. "Já o Milton tem uma liderança com capilaridade na militância", alfinetou Aníbal.
Rompimento
Andrea Matarazzo reafirmou que o acordo feito pelo grupo de secretários - que inclui, além de Aníbal, os titulares estaduais das pastas de Meio Ambiente, Bruno Covas, e de Planejamento, Julio Semeghini - "e em nome do governador" Alckmin para uma chapa de consenso foi rompido, o que o levou a retirar a candidatura. "Foi uma eleição com um candidato só. Retirei a candidatura com a fraude montada, porque enfrentar um candidato do partido seria perfeito, mas enfrentar três representantes do governo não tinha condições", argumentou.
Para o vereador tucano, o PSDB paulistano, a partir de agora, "estará à disposição das candidaturas de José Aníbal, Julio Semeghini e Bruno Covas e do deputado estadual por Botucatu Milton Flávio". E disse que se tivesse sido o escolhido para presidir o partido no município, sua gestão seria menos personalista e mais voltada aos interesses da própria legenda.
Aécio
Apesar da troca de farpas, Goldman, Aníbal e Matarazzo têm ao menos uma posição convergente: todos avaliam que a crise paulistana não irá contaminar o processo de união do PSDB nacional pedido pelo ex-presidente da República Fernando Henrique em torno da pré-candidatura do senador mineiro Aécio Neves.
"Não vamos olhar para o retrovisor. O partido quer iniciativa e não quer ficar calado", disse Aníbal. "É um embate puramente de ambição pessoal. Não há divisão política", emendou Goldman. "Essa eleição não tem expressão nenhuma no cenário nacional", concluiu Matarazzo. Alckmin foi procurado por meio de sua assessoria para comentar as declarações de Goldman e de Matarazzo, mas não se manifestou até o momento.
São Paulo - Um dia após a eleição de Milton Flávio para a presidência do PSDB paulistano, ocorrida em tumultuada votação na noite desta terça-feira, lideranças da sigla deixaram evidente que o racha entre as duas principais correntes tucanas em São Paulo, a do ex-governador José Serra e a do atual governador Geraldo Alckmin, tende a se ampliar. O vice-presidente do PSDB nacional e ex-governador paulista Alberto Goldman e o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, voltaram a trocar farpas, ao falarem sobre a eventual quebra do acordo que elegeria o vereador Andrea Matarazzo, ligado ao grupo de Serra, presidente do PSDB de São Paulo.
Sob a alegação de que o acordo teria sido rompido por aliados de Alckmin, Goldman cobrou um posicionamento do atual governador do Estado. "Estou esperando o governador se manifestar. Ele próprio me disse, há um mês, que havia um acordo para eleger o Andrea Matarazzo e isso foi rompido para eleger um funcionário do secretário José Aníbal", disse, numa referência ao fato de Milton Flávio ser subsecretário de Energias Renováveis de Aníbal. "(Milton Flávio) É um rapaz de bom caráter, de Botucatu e não tenho problema pessoal com ele. Mas deixar de eleger o principal vereador nosso, com representatividade em São Paulo e nacional, para eleger um funcionário do secretário é algo incompreensível", completou Goldman, em entrevista à Agência Estado.
Aníbal disse que as críticas de Goldman não mereciam ser comentadas porque eram desagregadoras. "O Goldman é uma pessoa amarga e não vou comentar as declarações dele, que são desagregadoras e não têm relevância alguma. Goldman é um sujeito amargo e desrespeitoso", afirmou o secretário de Energia. Segundo ele, não foi possível chegar a um acordo porque o grupo de Matarazzo não contemplou os alckmistas na divisão de cargos, o que é usual. "Não foi possível chegar a uma convergência. O Andrea (Matarazzo) queria a primeira vice-presidência, a secretaria geral e a tesouraria do partido. O Andrea é uma liderança política importante, mas não ao ponto de ser presidente com toda essa hegemonia", disse. "Já o Milton tem uma liderança com capilaridade na militância", alfinetou Aníbal.
Rompimento
Andrea Matarazzo reafirmou que o acordo feito pelo grupo de secretários - que inclui, além de Aníbal, os titulares estaduais das pastas de Meio Ambiente, Bruno Covas, e de Planejamento, Julio Semeghini - "e em nome do governador" Alckmin para uma chapa de consenso foi rompido, o que o levou a retirar a candidatura. "Foi uma eleição com um candidato só. Retirei a candidatura com a fraude montada, porque enfrentar um candidato do partido seria perfeito, mas enfrentar três representantes do governo não tinha condições", argumentou.
Para o vereador tucano, o PSDB paulistano, a partir de agora, "estará à disposição das candidaturas de José Aníbal, Julio Semeghini e Bruno Covas e do deputado estadual por Botucatu Milton Flávio". E disse que se tivesse sido o escolhido para presidir o partido no município, sua gestão seria menos personalista e mais voltada aos interesses da própria legenda.
Aécio
Apesar da troca de farpas, Goldman, Aníbal e Matarazzo têm ao menos uma posição convergente: todos avaliam que a crise paulistana não irá contaminar o processo de união do PSDB nacional pedido pelo ex-presidente da República Fernando Henrique em torno da pré-candidatura do senador mineiro Aécio Neves.
"Não vamos olhar para o retrovisor. O partido quer iniciativa e não quer ficar calado", disse Aníbal. "É um embate puramente de ambição pessoal. Não há divisão política", emendou Goldman. "Essa eleição não tem expressão nenhuma no cenário nacional", concluiu Matarazzo. Alckmin foi procurado por meio de sua assessoria para comentar as declarações de Goldman e de Matarazzo, mas não se manifestou até o momento.