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Eike Batista é preso mais uma vez no Rio

Operação tem o objetivo de buscar provas relativas à manipulação de capital e à lavagem de dinheiro

Eike Batista: a Justiça Federal decretou um bloqueio de 1,6 bilhão de reais (Wilson Dias/Agência Brasil)

Eike Batista: a Justiça Federal decretou um bloqueio de 1,6 bilhão de reais (Wilson Dias/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 8 de agosto de 2019 às 08h19.

Última atualização em 8 de agosto de 2019 às 14h01.

Rio de Janeiro — O empresário e ex-bilionário Eike Batista, que já foi o homem mais rico do Brasil e um dos mais ricos do mundo, voltou a ser preso pela Polícia Federal, nesta quinta-feira, desta vez no âmbito de uma investigação da Lava Jato sobre manipulação do mercado de capitais, informaram a PF e o Ministério Público Federal (MPF).

O empresário foi alvo de um mandado de prisão temporária como parte da operação Segredo de Midas, que também prendeu um contador de Eike e cumpriu ordens de busca e apreensão em endereços ligados a ambos e a um ex-diretor de uma das companhias que Eike comandava no auge de seu império empresarial.

A pedido do MPF, a Justiça Federal decretou ainda bloqueio de 1,6 bilhão de reais de Eike e de seus dois filhos, sendo 800 milhões de reais por danos morais e 800 milhões de reais por danos materiais, informou a Procuradoria da República no Rio de Janeiro em comunicado.

Segundo os procuradores, investigações realizadas a partir de outras fases da operação Lava Jato no Rio revelaram que Eike utilizou as mesmas contas usadas para o pagamento de propinas ao ex-governador Sérgio Cabral --pelas quais já foi condenado a 30 anos de prisão-- para manipular ações de empresas envolvidas em contextos empresariais com ele nos mercados de capitais do Brasil e do exterior.

"Entre 2010 e 2013, foram manipulados os mercados de ações e bonds de diversas empresas: Ventana Gold Corp, utilizada como falso pretexto para encobrir o repasse ilícito de recursos a Cabral, Galway Resources Ltd, MMX, MPX e OGX. Em outros casos, foram usadas informações privilegiadas, como em negociações relativas ao Burger King e à CCX. No total, foram movimentados mais de 800 milhões de reais", disse o MPF em comunicado.

O advogado de Eike, Fernando Martins, disse em nota que a prisão temporária do empresário é "uma vez mais uma medida arbitrária, decretada com base em supostos fatos ocorridos entre 2010 e 2013, portanto sem contemporaneidade e correspondência dos fatos aos critérios legais exigidos para decretação da medida".

Eike já tinha sido preso em 2017, quando foi acusado de participar do esquema de propina e corrupção do ex-governador Sérgio Cabral, mas estava em liberdade e foi detido na manhã desta quinta-feira em sua mansão na zona sul do Rio de Janeiro.

O empresário foi condenado em primeira instância a 30 anos de prisão por ter pago 16,5 milhões de dólares em propina ao grupo de Cabral em troca de vantagens para suas empresas no Estado, de acordo com a sentença do juiz Marcelo Bretas.

Em maio deste ano, Eike sofreu multa milionária da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por suposto uso de informação privilegiada (insider trading) para negociar ações.

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