Bernardo Figueiredo, diretor-geral da ANTT: “No mercado internacional, há entre 20 e 30 empresas capazes. Nas obras menos complexas, a concorrência certamente será maior” (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2011 às 12h41.
Brasília - O novo edital de licitação para o trem de alta velocidade (TAV) será publicado até o dia 10 de março. Com isso, a previsão de realização do leilão será setembro, informou hoje (16) o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo. Segundo ele, as audiências públicas devem ser instaladas a partir do dia 10 de janeiro. O TAV ligará as cidades de Campinas (SP), São Paulo e do Rio de Janeiro.
Figueiredo disse que o modelo da licitação já foi fechado no âmbito da agência e que na reunião prevista para a semana que vem com o comitê gestor do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), já deverá ser validado “no modelo consolidado pelos técnicos”.
“Estamos trabalhando com os mesmos elementos do modelo anterior. A diferença é que fracionamos o fluxo de caixa e o financiamento. Não haverá, portanto, nenhum acréscimo da participação pública”, disse o diretor da ANTT. Ele explicou que em um primeiro momento será definida a tecnologia e a operadora do TAV. Só depois serão licitadas as empresas que tocarão as obras de infraestrutura. O governo estima que o custo total da obra será R$ 33 bilhões.
“O fator de risco acabou gerando uma necessidade de orçamento mais folgado por parte das empresas. Por isso, elas apresentaram margem maior [do que a apresentada pelo governo]”, acrescentou, referindo-se a orçamentos que chegaram a R$ 60 bilhões. “Não é que tenha sido um mau orçamento. É que, em ambiente pouco competitivo, é normal que o mercado tente construir um orçamento mais confortável”.
Parte da obra terá a participação de empresas estrangeiras, em função das dificuldades envolvendo tecnologias em regiões por onde o TAV passará, como a subida da Serra das Araras e os grandes túneis que terão de ser construídos no Rio de Janeiro.
“No mercado internacional, há entre 20 e 30 empresas capazes. Nas obras menos complexas, a concorrência certamente será maior”, completou o diretor.