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Edinho cobrava propina para o PT mediante ameaça, diz Janot

O procurador-geral da República disse que pagamentos de propina ao PT eram feitos muitas vezes mediante ameaças de interrupção de contratos


	Edinho Silva: de acordo com os investigadores da Operação Lava Jato, a estratégia era centralizada na pessoa de Edinho Silva
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Edinho Silva: de acordo com os investigadores da Operação Lava Jato, a estratégia era centralizada na pessoa de Edinho Silva (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2016 às 21h05.

Brasília - Em uma manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que os pagamentos de propina ao PT eram feitos muitas vezes mediante ameaças de interrupção de contratos entre as empresas e o governo.

De acordo com os investigadores da Operação Lava Jato, a estratégia era centralizada na pessoa de Edinho Silva, ex-ministro-chefe da secretaria de Comunicação Social.

"Em verdade, o pedido de pagamento para auxílio financeiro ao Partido dos Trabalhadores, notadamente para o custeio oficial e não oficial (caixa 2) das campanhas eleitorais, muitas vezes mediante ameaças de cessação das facilidades proporcionadas ao Núcleo Econômico pelos Núcleos Político e Administrativo (do esquema de corrupção da Petrobras), revelam-se como medida habitual institucionalizada e centralizada, em parte, na pessoa de Edison Antônio Edinho da Silva", escreveu Janot.

Edinho é investigado com base em delações premiadas que afirmam que ele pediu R$ 20 milhões para a campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014. A informação consta dos depoimentos tanto de Walmir Pinheiro Santana quando de Ricardo Pessoa, ambos da UTC Engenharia. O ex-ministro - então tesoureiro da campanha da petista - teria dito que a Petrobras continuaria "crescendo" e que o empresário "ganharia outros contratos", garantindo que o repasse "se pagaria".

A investigação, que tramitava em absoluto sigilo no STF, será enviada ao juiz Sério Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, já que Edinho perdeu o foro privilegiado. Além desse procedimento, há também um pedido de Janot para que o ex-ministro seja incluído no inquérito-mãe da Lava Jato, conhecido como "quadrilhão". Esse deve permanecer no STF porque inclui diversos parlamentares que ainda detêm a prerrogativa de só serem processados pela Suprema Corte.

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