É importantíssimo que façamos propaganda, diz Temer no Conselhão
Temer afirmou que é natural que, quando o governo lança algumas teses, haja algum tipo de resistência
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de novembro de 2016 às 13h41.
Última atualização em 21 de novembro de 2016 às 13h51.
Brasília - O presidente Michel Temer pediu nesta segunda-feira, 21, para que os integrantes do 45ª Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social façam propagando positiva do governo.
"Comunicação é fundamental, comuniquem-se pelo governo, os senhores são ouvidos a todo momento", disse. "Os senhores podem divulgar, a todo momento, o que está acontecendo no País e, ao fazê-lo, façam de maneira positiva", completou, durante discurso antes do intervalo para o almoço.
Temer afirmou que é natural que, quando o governo lança algumas teses, haja algum tipo de resistência e reforçou que justamente por isso é preciso esclarecer à sociedade quais as intenções do governo.
"É preciso uma certa ladainha; é preciso repetir e isso vai entrando no espírito e na alma e deixa as pessoas animadas", disse. "É importantíssimo que nós façamos propaganda, no sentido de propagar, o que aqui foi rebatido, discutido."
O presidente comentou as falas feitas por alguns conselheiros durante o período da manhã desta segunda e disse que não houve repetição de temas, o que "revela desde já que são grandes os problemas do País".
Temer destacou que se a reunião de hoje fosse realizada a dez meses atrás, um dos temas que certamente entraria em discussão era a CPMF e a necessidade de aumento de tributos.
Em janeiro, a ex-presidente Dilma Rousseff presidiu a 44ª reunião do Conselhão e na época também prometeu implementar uma agenda de ajustes para evitar aumento de impostos.
"Nunca mais se falou em aumento de tributação, estamos tentando resolver com as medidas; esperamos que o teto seja aprovado no Senado e logo depois virá a reforma da Previdência", disse Temer.
Ao reforçar que terá três etapas - combate à recessão, crescimento e retomada do emprego - o presidente disse ainda que o governo não "age sozinho" e sim "ancorado no setor privado" e citou que fez viagens internacionais com objetivo de trazer o capital estrangeiro.
Ao citar as reformas necessárias, o presidente lembrou que os Estados estão praticamente quebrados e que, apesar disso, "temos tido uma compreensão da classe trabalhadora, claro que há legitimamente confronto de ideias".
Temer destacou outras reformas necessárias - como a do setor financeiro e a política - e disse que neste último caso, apesar de ser uma prerrogativa do Congresso, o Executivo apoia a sua formulação. "Aprovar essa PEC (do teto dos gastos) para depois darmos os passos seguintes, e queremos contar com apoio ainda que condicional de senhoras e senhores", afirmou.
Geddel
Temer usou o fim do seu discurso para cumprimentar nominalmente todos os ministros do governo que estavam presentes na reunião do Conselhão no Palácio do Planalto.
O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, que está no centro de uma crise após ser acusado pelo agora ex-ministro Marcelo Calero de pressioná-lo pela aprovação de um empreendimento imobiliário em Salvador, não estava entre os presentes.
Ao saudar os ministros, Temer afirmou que todos vieram de forma espontânea e "não vieram apenas para o almoço", referindo-se a recepção que ele oferecerá aos conselheiros agora no Palácio da Alvorada.
Geddel chegou próximo ao meio-dia desta segunda de Salvador e não compareceu no Salão onde estava sendo realizada a reunião - mas seguirá para o almoço.