Brasil

Dunga volta humilde e diz: Não somos mais os melhores

O técnico com fama de linha-dura disse que não irá admitir jogadores "sem equilíbrio emocional"


	Dunga: o novo técnico disse que necessário resgatar a força do futebol brasileiro com "humildade e trabalho"
 (Marcello Casal Jr/ABr)

Dunga: o novo técnico disse que necessário resgatar a força do futebol brasileiro com "humildade e trabalho" (Marcello Casal Jr/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2014 às 13h55.

Rio - Dunga foi direto, nesta terça-feira, no Rio, em sua apresentação oficial como novo técnico da seleção brasileira: "Não somos mais os melhores. Temos de resgatar isso com humildade e trabalho". Assim, com um discurso ao seu melhor estilo, ele começou sua segunda passagem como treinador do time nacional.

O time da nova era Dunga deverá ser organizado taticamente, "mas com as características do futebol brasileiro". Foi dessa forma que o treinador definiu como deverá ser seu trabalho nos próximos anos. O técnico com fama de linha-dura também não irá admitir jogadores "sem equilíbrio emocional".

E as metas a médio prazo já estão definidas: o título olímpico nos Jogos do Rio, em 2016, e uma boa campanha nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.

Faltava um minuto para as 11 horas desta terça-feira quando a cúpula da CBF entrou no auditório da sede da entidade junto com Dunga, que dali a instantes seria apresentado oficialmente como novo técnico da seleção brasileira.

O presidente José Maria Marin, como de costume, frisou que a escolha havia sido feita em conjunto com seu sucessor, Marco Polo Del Nero, e com o novo coordenador geral de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi.

Ao seu melhor estilo, Dunga foi sincero. "A gente não pode vender uma ilusão de que as coisas são fáceis e serão resolvidas de um dia para outro", disse.

Mas, sem citar Luiz Felipe Scolari, procurou defender em parte o trabalho do ex-treinador. "A partir dessa Copa do Mundo não podemos colocar tudo como terra arrasada. Houve muitas coisas boas."

O treinador também comentou sobre a forte rejeição ao seu nome em enquetes nos diversos sites e programas esportivos do País. "É mais ou menos como uma eleição. Nem sempre ganha o candidato que lidera as pesquisas. Tenho que buscar força nos 20% que me apoiam", disse.

Ele se apoiou no aproveitamento de 76% conquistado em sua primeira passagem como treinador, mas disse que, se esse número não foi suficiente para buscar apoio junto à torcida, "terá que fazer mais".

Desde que o nome de Dunga foi dado como certo para dirigir a seleção, no fim de semana, muito se falou sobre a intenção da CBF em evitar que cenas como a de choro de jogadores na última Copa se repetissem.

E o técnico já demonstrou que está afinado com a diretoria nesse sentido. "Tem que ter equilíbrio emocional, mostrar isso no momento certo."

O técnico afirmou ainda que já tem "um esboço de time", mas fez uma ressalva. "Não vemos vender um sonho", disse o técnico. "Nossa maior ideia, e vamos ter que trabalhar muito, é preparar a equipe para a Olimpíada e para as Eliminatórias."

"Na minha primeira passagem pela seleção brasileira foi me pedido para resgatar o valor da seleção brasileira. Na segunda me pediram para preparar a seleção para a Copa de 2018", contou o técnico.

"Vamos trabalhar em conjunto com as categorias de base sob a coordenação do Gallo, assim como com a coordenação do Gilmar."

Amigo de Dunga desde o início dos anos 1980, quando atuaram juntos no Internacional, Rinaldi afirmou que o desafio será o de "buscar o equilíbrio justo para um momento tão importante como este".

O coordenador geral de seleções disse ainda que o restante da comissão técnica ainda está sendo definindo.

Acompanhe tudo sobre:CBFEsportesFutebolSeleção Brasileira de Futebol

Mais de Brasil

Bolsonaro nega participação em trama golpista e admite possibilidade de ser preso a qualquer momento

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos