Arena das Dunas: “Nós fomos até o local que era permitido pela Lei da Fifa", disse uma organizadora do ato (Wkimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2014 às 21h44.
Brasília - Antes mesmo do jogo entre Estados Unidos e Gana começar, às 19h de hoje (16), duas pessoas já haviam sido detidas durante manifestação em Natal. Convocado por servidores, organizações sindicais e movimentos sociais, o ato criticou os gastos públicos com a Copa do Mundo e a situação de calamidade em que se encontra a cidade.
Ao chegarem ao local acertado com as forças de segurança – a zona de segurança próxima à Arena das Dunas – os organizadores da atividade deram-na por encerrada.
“Nós fomos até o local que era permitido pela Lei da Fifa. De onde nós estávamos até o local onde poderíamos ir, foram cerca de dois quilômetros”, relatou Rosália Fernandes, do Sindicato dos Servidores em Saúde, uma das organizadoras do protesto.
Parte dos ativistas, contudo, seguiu em frente. Dois foram detidos, segundo o secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, general Eliéser Girão Monteiro Filho, porque teriam trancado (interditado) uma rua.
Antes da Copa começar, a Justiça potiguar aprovou lei que restringe as manifestações, ao estabelecer, por exemplo, que é proibida a interdição das vias públicas em todo o território da capital, sob pena de multa diária de R$ 200 mil por entidade e R$ 20 mil por participante.
O secretário afirmou ainda que não houve depredação de patrimônio público ou privado, mas que outras pessoas devem ser notificadas nos próximos dias.
“Estávamos no Centro de Comando e Controle, acompanhamos passo a passo o que aconteceu e vai ser feita notificação à Justiça”, disse.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública informou que as pessoas continuam detidas, em uma delegacia. Não há previsão de quando serão liberadas.
Os organizadores da manifestação criticam a lei e defendem o direito ao protesto. Para Rosália, o “ato foi vitorioso”.
“Mostramos nossa crítica”, disse, destacando que em torno de 300 pessoas participaram do protesto, apesar da falta de ônibus e da ameaça de chuva.