Doria vai terceirizar abordagem na Cracolândia
A Prefeitura também vai criar um comitê de psiquiatras para estabelecer um protocolo que vai definir os critérios da internação compulsória
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de maio de 2017 às 18h59.
Última atualização em 27 de maio de 2017 às 19h20.
São Paulo - O secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, afirmou neste sábado que a gestão do prefeito João Doria (PSDB) vai terceirizar a abordagem compulsória a dependentes químicos na região da Cracolância . Além disso, a Prefeitura vai criar um comitê de psiquiatras para estabelecer um protocolo que vai definir os critérios da internação compulsória.
Ontem, a Justiça autorizou a gestão do prefeito João Doria (PSDB) a retirar usuários de drogas à força da Cracolândia para submetê-los à avaliação médica pelas equipes da Prefeitura. A decisão judicial é de que a internação compulsória dos viciados continuará dependendo de aval do Judiciário para cada paciente, conforme prevê a legislação federal.
Ao participar de um seminário organizado pela Prefeitura na capital paulista, Pollara disse que para cada caso haverá pelo menos dois profissionais da Prefeitura de cada área: Saúde, Assistência Social e Guarda Civil Metropolitana. "Não vão ser feitos a remoção nem o contato desses pacientes, por mais grave que estejam, através destas pessoas (da Prefeitura)", disse o secretário. "Vamos utilizar ambulâncias de remoção especializadas em atender pacientes de saúde mental que serão contratadas especialmente para esse serviço."
O secretário disse que vai ser criado um protocolo para definir os critérios de internação estabelecidos por um comitê de psiquiatras "de alto nível". Pollara disse que a administração não vai, por enquanto, revelar o nome dos profissionais chamados para o comitê, mas que os médicos são gabaritados para estabelecer os critérios que definirão se o dependente está ou não em uma crise a tal ponto de ser internado.
Pollara não deu um prazo para início das internações compulsórias. Ele disse que o trabalho vai começar assim que a Prefeitura tiver o protocolo do comitê de psiquiatras concluído