Brasil

Doria prorroga quarentena até 10 de maio em todo o estado de SP

Governador afirmou que ampliação do isolamento social é necessária para evitar mais sobrecarga ao sistema de saúde, que já está próximo do colapso

Doria: São Paulo está sob medidas de isolamento social desde 22 de março (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

Doria: São Paulo está sob medidas de isolamento social desde 22 de março (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 17 de abril de 2020 às 12h36.

Última atualização em 17 de abril de 2020 às 18h15.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que vai prorrogar a quarentena em todo o estado de São Paulo até 10 de maio. A medida foi validada pelo Comitê de Contingência do Coronavírus e vale para os 645 municípios.

Havia a discussão se a ampliação valeria em todo o estado, já que dirigentes vêm recebendo pressões de prefeitos do interior para liberar aberturas parciais do comércio em municípios onde a doença ainda não chegou.

O infectologista David Uip salientou que o "vírus está entrando em todo o interior e no litoral do estado de São Paulo". Ele, que coordena o Centro de Contingência do Coronavírus, disse que divulgará em breve uma nota técnica mostrando a preocupação com essas regiões. "Estamos absolutamente convencidos que São Paulo adota as melhores decisões possíveis".

São Paulo está sob medidas de isolamento social desde 22 de março. Até agora, o governador decretou períodos de 15 dias de quarentena. Somente serviços essenciais estão autorizados a funcionar.

"Aqui nós não brigamos com a ciência, nós respeitamos a ciência. E a orientação da ciência foi para prorrogarmos a quarentena até o dia 10 de maio", disse Doria.

O governador relatou que o isolamento social caiu para 49%, o que preocupa as autoridades, já que o sistema de saúde está próximo do colapso. "Pedimos que fiquem em casa por amor às suas vidas. Neste feriado prolongado de 21 de abril, fique em casa, preserve sua saúde a saúde da sua família", pediu o governador.

Ele citou que, há um mês, havia o primeiro registro de morte no estado. Hoje, já são 853 óbitos em decorrência da doença e os casos estão em expansão.

"As UTIs e enfermarias de hospitais recebem cada dia mais pacientes e já temos hospitais públicos a beira do colapso". A estimativa do governo é que as UTIs estarão lotadas até maio com o avanço da pandemia.

São Paulo é o estado mais atingido pela epidemia do novo coronavírus. Foram 75 mortes nas últimas 24 horas, de acordo com balanço da Secretaria Estadual da Saúde divulgado nesta quinta-feira, 16.

Subnotificação de testes

Segundo o secretário de Saúde, José Henrique Germann, atualmente há uma fila de 9,4 mil exames pendentes. Há uma semana, esse número era de 17 mil testes.

Ele estimou que, com a compra de mais de 700 mil exames, até a semana do dia 24 o estado de São Paulo conseguirá zerar a fila de amostras pendentes.

Ataques ao Congresso

O governador disse, ainda, rechaçar os ataques desferidos contra o Congresso e, em especial, contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) feitos pelo presidente Jair Bolsonaro. Para Doria, "quem agride a Câmara, agride a democracia. Quem agride o Legislativo, não respeita o processo democrático".

O governador estendeu a sua solidariedade aos parlamentares que votaram para ampliar o envio recursos aos Estados, ao Senado Federal, seu presidente o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), e ao Poder Judiciário e Supremo Tribunal Federal, que segundo Doria, é "injustamente atacado".

(Com informações do Estadão Conteúdo)

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusJoão Doria Júniorsao-paulo

Mais de Brasil

SP ainda tem 36 mil casas sem energia neste domingo

Ponte que liga os estados de Tocantins e Maranhão desaba; veja vídeo

Como chegar em Gramado? Veja rotas alternativas após queda de avião

Vai viajar para São Paulo? Ao menos 18 praias estão impróprias para banho; veja lista