Ônibus: a Prefeitura precisa de R$ 3,3 bilhões para manter a operação da frota neste ano (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 08h56.
São Paulo - Paralelamente à busca de recurso judicial para manter a fórmula de reajuste nas tarifas propostas para este ano, com aumento no bilhete único mensal e nas tarifas integradas com trens e metrô, a gestão João Doria (PSDB) negocia com as empresas do setor de transporte da capital um atraso programado nos repasses pelos serviços prestados. A Prefeitura precisa de R$ 3,3 bilhões para manter a operação da frota neste ano.
A estratégia é mudar a data de pagamento das empresas. Em vez de remunerar os empresários cinco dias após a prestação dos serviços, o pagamento seria feito nove dias após a data. Ou seja: se a empresa transportou 1 mil pessoas no dia 1.º, só receberá a passagem delas no dia 9.
No caso do chamado sistema local, que reúne os lotações que fazem a ligação entre os bairros, a mudança foi feita em contratos emergenciais publicados no Diário Oficial do dia 4.
No sistema estrutural, das linhas que fazem a ligação dos bairros com o centro da cidade, as publicações foram feitas nesta quarta-feira, 11.
Esse tipo de estratégia de atrasar repasses já foi adotada no ano passado pela gestão Fernando Haddad (PT). Ao longo do ano, o então secretário de Transportes, Jilmar Tatto, chegou a atrasar os pagamentos em 10 dias.
A Prefeitura herdou, ainda, uma dívida de R$ 281 milhões deixada pelo antecessor.
Recuso.
Nesta quarta-feira, a gestão Doria informou que entraria como parte interessada na ação que vem barrando os aumentos. O entendimento da Prefeitura é que a forma encontrada para o reajuste deste ano prejudica a menor parcela possível de passageiros das linhas.
A manutenção da tarifa básica a R$ 3,80 foi uma das principais promessas da campanha que levou o prefeito Doria a vencer as eleições no primeiro turno. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.