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Doria diz que pode chamar Meirelles para ser secretário da Fazenda

Tucano considera o emedebista o "secretário dos sonhos", mas ainda não fez um convite formal

Doria já anunciou três ministros de Temer em seu secretariado: Rossieli Soares, na Educação; Gilberto Kassab, na Casa Civil, e Sérgio Sá Leitão, na Cultura (Nacho Doce/Reuters)

Doria já anunciou três ministros de Temer em seu secretariado: Rossieli Soares, na Educação; Gilberto Kassab, na Casa Civil, e Sérgio Sá Leitão, na Cultura (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de novembro de 2018 às 12h17.

Última atualização em 12 de novembro de 2018 às 12h43.

O governador eleito de São Paulo João Doria (PSDB) disse a interlocutores que gostaria de contar com o ex-ministro Henrique Meirelles, candidato derrotado do MDB à Presidência, em sua equipe como secretário da Fazenda.

O tucano considera o emedebista o "secretário dos sonhos", mas ainda não fez um convite formal. Terminado o primeiro turno, Meirelles abriu conversas com diversas instituições do mercado financeiro para voltar à iniciativa privada.

Presidente do Banco Central na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministro da Fazenda de Michel Temer, Meirelles obteve pouco mais de 1% dos votos válidos na disputa presidencial.

Doria já anunciou três ministros de Temer em seu secretariado: Rossieli Soares, na Educação; Gilberto Kassab (PSD), na Casa Civil, e Sérgio Sá Leitão, na Cultura. O atual ministro da Fazenda de Michel Temer, Eduardo Guardia, teve uma conversa reservada com o governador eleito na semana passada, mas também não houve convite formal para o cargo.

Assim como o presidente eleito Jair Bolsonaro fez, em Brasília, com Sérgio Moro, Doria vai anunciar nesta segunda-feira, 12, um magistrado que vai comandar a Justiça: o desembargador Paulo Dimas Mascaretti, ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A negociação foi fechada no final de semana e envolveu diretamente a cúpula do Tribunal de Justiça.

Doria também vai anunciar o primeiro nome tucano de seu secretariado. Dos cinco titulares escolhidos até agora, nenhum é do PSDB, o que gerou críticas do presidente da sigla em São Paulo, Pedro Tobias.

"Acho estranho ele não ter indicado ninguém do PSDB. Doria precisa tratar o partido com mais carinho. O PSDB esteve ao lado dele na campanha", disse o deputado estadual Pedro Tobias, presidente estadual da legenda.

Tucanos

Vinte quatro anos depois de o PSDB chegar ao poder em São Paulo, o governador eleito está montando sua equipe sem consultar o partido, que já está fora dos principais cargos políticos do Palácio dos Bandeirantes.

Dos sete secretários anunciados até o momento, nenhum é tucano. O PSDB deixará de comandar a partir de 2019 pastas estratégicas como a Casa Civil, que terá como titular Gilberto Kassab, presidente do PSD, e Secretaria de Governo, que terá suas atribuições absorvidas por Rodrigo Garcia (DEM).

No último mandato do ex-governador Geraldo Alckmin (2015-2018), os tucanos comandaram oito das 23 secretarias, em uma partilha generosa com o partido, que ficou com as pastas politicamente estratégicas, como Casa Civil e Governo, e que contam com importantes vitrines da gestão, como Saúde, Logística e Transportes e Transportes Metropolitanos.

Ao todo, os quadros do PSDB no primeiro escalão administraram um orçamento de R$ 43 bilhões, 34% do total. Das secretarias com mais recursos, Saúde (R$22,4 bilhões) ficou com o médico tucano David Uip, enquanto que Educação (R$ 30,8 bilhões) e Segurança Pública (R$ 21,3 bilhões), historicamente mais problemáticas, tiveram nomeações técnicas, da cota do ex-governador.

Alckmin também alocou em seu secretariado dois tesoureiros de campanha do PSDB. Marcos Monteiro, que comandou as finanças na eleição de 2010, foi secretário de Planejamento e Gestão.

Já Clodoaldo Pelissioni, que atuou na reeleição em 2014, assumiu Transportes Metropolitanos, pasta responsável pelas obras de trem e metrô.

Legendas

Além do PSB de França, o governo Alckmin contava com outras oito legendas alojadas no primeiro escalão. O vice-governador eleito, Rodrigo Garcia (DEM), por exemplo, era o titular da Habitação. PHS, PP, PPS, PRB, PTB, PV e Solidariedade tinham uma indicação cada. Já o PSD do ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações Gilberto Kassab, não tinha espaço no secretariado alckmista. Todos os partidos que apoiaram Alckmin tiveram algum espaço na gestão, mas nenhum com mais de uma secretaria no governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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