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Doria convida Maia para o PSDB e confirma que deputado deixará o DEM

Governador paulista jantou com ex-presidente da Câmara no domingo e disse que seria "uma honra" se estivessem no mesmo partido

João Doria: o governador de SP aposta que PSDB, MDB e DEM estarão juntos na disputa eleitoral do ano que vem e não descarta ampliar este campo à esquerda (Sergio Andrade/Divulgação)

João Doria: o governador de SP aposta que PSDB, MDB e DEM estarão juntos na disputa eleitoral do ano que vem e não descarta ampliar este campo à esquerda (Sergio Andrade/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 15h53.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira ter convidado o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para o PSDB, após o desgaste do deputado em seu próprio partido durante o processo de sucessão na Casa legislativa.

Enfraquecido politicamente após o episódio, Maia teria ficado de analisar o convite de Doria nos próximos dias. Na véspera da eleição da presidência da Casa, em reunião com a bancada do DEM, Maia chegou a anunciar que deixaria a legenda diante da clara tendência de seus correligionários de apoiarem a candidatura adversária de Arthur Lira (PP-AL).

"Confirmo que ontem, recebendo a visita do deputado Rodrigo Maia na minha residência, eu o convidei para integrar o PSDB. Ele vai analisar, não é uma decisão, também ficou claro, que ele vai tomar de imediato, mas vai analisar", disse o governador de São Paulo em coletiva de imprensa.

"Ficou claro para mim, dadas as informações que ele colocou, e elas são públicas não estou fazendo aqui nenhuma revelação de uma confidência, que ele vai sair do DEM, partido do qual já foi presidente. Diante dessa afirmação pública dele, reafirmada ontem, eu o convidei para integrar o PSDB. Nos próximos dias ou nas próximas semanas, teremos a posição do deputado Rodrigo Maia", completou o tucano.

Crise no DEM

O DEM acabou não apoiando oficialmente Lira, que chegou a incluir, dentre os itens de sua agenda no dia da eleição evento em que a bancada lançaria o apoio à sua então candidatura.

Durante a disputa, Maia pediu um posicionamento mais incisivo do presidente da legenda, ACM Neto, em defesa da candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), lançada com o apoio de Maia e de outros partidos. Mas o dirigente da sigla tinha pouca margem de manobra, já que a maior parte dos deputados democratas, incluindo a bancada baiana, havia decidido apoiar Lira.

O PSDB também flertou com a possibilidade de desembarcar da candidatura de Baleia. Mas acabou decidindo manter-se formalmente no grupo.

A reviravolta na Câmara jogou um balde de água fria nas expectativas de uma aliança MDB-DEM-PSDB que pudesse ser espelhada para a articulação para as eleições presidenciais de 2022.

Ainda assim, Doria aposta que PSDB, MDB e DEM estarão juntos na disputa eleitoral do ano que vem e não descarta ampliar este campo à esquerda.

Em entrevista nesta segunda-feira ao jornal Valor Econômico, Maia acusou ACM Neto de traição. Para o deputado, o presidente nacional da legenda "entregou a nossa cabeça numa bandeja para o Palácio do Planalto". As críticas também se dirigiram ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

Maia prevê, ainda, que a guinada à direita tomada pelo DEM afaste a possibilidade de filiação do apresentador Luciano Huck caso decida se candidatar e não descarta a hipótese de filiação do presidente Jair Bolsonaro à legenda.

A entrevista provou reações. Em nota, ACM afirmou que a narrativa de Maia "não corresponde aos fatos" e nega traição da Executiva do partido ou qualquer adesão ao governo Bolsonaro.

"Infelizmente, o deputado Rodrigo Maia tenta transferir para a presidência do Democratas a responsabilidade pelos erros que ele próprio cometeu durante a condução do processo de eleição da Mesa Diretora da Câmara", diz a nota.

Para ACM Neto, "Maia tinha um único candidato à presidência da Câmara, que era ele mesmo".

"Quando o STF derrubou a possibilidade de reeleição, o deputado perdeu força para conduzir sua sucessão."

Caiado também divulgou nota, na qual afirma que Maia "foi acometido por uma síndrome que atinge com muita frequência as pessoas que não aceitam deixar o poder: 'síndrome da ansiedade de poder'" e acusa o deputado de colocar seu nome a leilão.

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