Câmara não cassa Donadon; veja quem não teve a mesma sorte
Em votação secreta, Câmara manteve o mandato de Natan Donadon, deputado que está preso há dois meses condenado pelo STF. Mas suplente assumirá seu lugar. Veja quem a Câmara já cassou
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2013 às 19h07.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h29.
São Paulo - Num episódio inédito no país, Natan Donadon – o primeiro deputado preso enquanto ainda estava na Câmara – foi salvo pela Casa no fim da noite desta quarta-feira. Eram necessários 257 votos para cassar o mandato de Donadon, condenado pelo Supremo Tribunal Federal ( STF ) a 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha. Os painéis da Câmara, no entanto, só registraram 233 votos a favor da cassação, 131 contrários e 41 abstenções. Diante da constrangedora situação do parlamentar enjaulado, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (OMDB-RN), considerou o deputado afastado e convocou o suplente. E disse que não colocará mais em votação processos de cassação sob as regras atuais. “Enquanto for presidente desta Casa, mais nenhum processo de cassação será feito por votação secreta”, afirmou. Alguns projetos neste sentido tramitam no Congresso. Pela primeira vez em dois meses, Donadon saiu da Penitenciária da Papuda, em Brasília, e foi ao plenário da Câmara se defender. Usou, inclusive, o broche que identifica os deputados nos corredores do Congresso. “Não sou ladrão, nunca roubei nada”, defendeu-se. Ele se ajoelhou no chão para comemorar o resultado. Mesmo assim, teve que voltar para a prisão, onde cumprirá pena pelo desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia, referentes ao período em que foi diretor financeiro da instituição. A situação criada pelos deputados é das mais peculiares e já havia sido motivo de embate entre Legislativo e Judiciário, durante o julgamento do mensalão, no ano passado. Na época, os ministros decidiram que os condenados que ainda estavam na Câmara perderiam automaticamente os mandatos. No caso de Donadon, porém, a decisão de cassá-lo ficou por conta da Cãmara, provocando o imbróglio de hoje. O fato é que, com isso, Donadon não se juntou oficialmente ao grupo formado por nomes como José Dirceu (PT) e Roberto Jefferson (PTB), cassados após denúncias do mensalão. Confira a seguir os 15 deputados brasileiros que perderam os mandatos após 1988.
O deputado foi acusado de ter autorizado saque de R$ 700 mil das contas do empresário Marcos Valério, apontado como operador do mensalão, para pagar despesas do PP.
O ex-ministro da Casa Civil foi acusado, à epoca, de comandar a operação de compra de votos no Congresso Nacional em troca de apoio a projetos do governo federal, o esquema que ficou conhecido como mensalão.
O deputado foi acusado de denunciar o esquema do mensalão sem a apresentação de provas.
Acusado de tentar extorquir R$ 4 milhões do contraventor Carlos Augusto da Silva, o Carlinhos Cachoeira, para retirar o seu nome de CPI instaurada pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
Foi cassado após investigações da CPI do Narcotráfico, acusado de envolvimento com o crime organizado para tráfico de drogas e roubo de cargas.
Foi acusado de ser o mandante do assassinato da deputada alagoana Ceci Cunha (PSDB), morta em 1998.
Dono da empresa responsável pela construção do edifício Palace II, Naya foi cassado após o prédio desabar no Rio de Janeiro.
Acusado de desviar recursos da verba orçamentária no escândalo que ficou conhecido como "Anões do Orçamento".
Mais um acusado de envolvimento no desvio de verbas orçamentárias que ficou conhecido como "Anões do Orçamento". Conseguiu, posteriormente, resultados favoráveis na justiça.
Também foi acusada de envolvimento no desvio de verbas orçamentárias que ficou conhecido como "Anões do Orçamento".
Acusado de desviar recursos da verba orçamentária no escândalo que ficou conhecido como "Anões do Orçamento".
Também foi acusado de desviar recursos da verba orçamentária no escândalo que ficou conhecido como "Anões do Orçamento".
Outro acusado de desviar recursos da verba orçamentária no escândalo que ficou conhecido como "Anões do Orçamento"
Foi cassado devido à acusação de ter recebido dinheiro para migrar de partido.
Foi cassado por fornecer ao irmão, suspeito de ser um os maiores traficantes de Rondônia, uma carteira falsa de funcionário da Câmara.
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