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Prédios desabam na zona oeste do Rio e deixam 3 mortos e feridos

Pelo menos uma pessoa foi resgatada com vida dos escombros pelos próprios moradores do Muzema, região controlada por milícias armadas

Muzema: prédios desabaram na comunidade na Zona Oeste do Rio de Janeiro (Ricardo Moraes/Reuters)

Muzema: prédios desabaram na comunidade na Zona Oeste do Rio de Janeiro (Ricardo Moraes/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 12 de abril de 2019 às 07h40.

Última atualização em 12 de abril de 2019 às 17h05.

Rio de Janeiro — Pelo menos três pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas após o desabamento nesta sexta-feira (12) de dois edifícios residenciais no Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Fontes da prefeitura da capital fluminense relataram à Agência Efe que, além dos dois corpos retirados do local da tragédia, um homem morreu no Hospital Unimed-Rio, localizado na Barra da Tijuca, para onde foi encaminhado depois de ser resgatado.

No início, os órgãos de socorro tinham informado que um homem havia sido resgatado pelos vizinhos e que o mesmo foi levado pelo Corpo de Bombeiros a um hospital próximo.

Moradores da comunidade disseram que ao menos quatro famílias moravam nos edifícios de quatro andares, que estariam com as obras incompletas.

"Já foram socorridos dois feridos e houve dois óbitos. As equipes estão no local à procura de sobreviventes que possam estar soterrados", disse um porta-voz dos bombeiros.

Um homem que disse ser morador de um dos prédios disse a jornalistas no local que conseguiu escapar após ouvir um estalo. "Consegui escapar, mas teve gente que ficou para trás", afirmou.

O desabamento ocorreu dias após o Rio de Janeiro ser atingido por chuvas recordes que provocaram diversos danos na mesma região dos prédios que desmoronaram. A cidade decretou estágio de crise na noite de segunda-feira devido às chuvas, que deixaram 10 mortos.

Há risco de desabamento de outros edifícios limítrofes, de acordo com os bombeiros e a Defesa Civil. A Prefeitura do Rio de Janeiro, que espera divulgar nas próximas horas um balanço inicial sobre vítimas e danos materiais, comunicou que cerca de 60 edifícios da região foram construídos de maneira "irregular" em zonas de "alto risco de desmoronamento".

Os bombeiros chegaram ao local às 7h20 e começaram há pouco os trabalhos de resgate. Ainda não há informação sobre se os edifícios ainda estavam em construção ou se havia ocupantes.

Segundo o Centro de Operações Rio, equipes dos Bombeiros, Guarda Municipal e Polícia Militar atuam no local. Defesa Civil, Light e Cedae foram acionados.

Muzema

O bairro do Muzema, controlado por milícias armadas que impediam a demolição dos prédios irregulares, foi um dos mais afetados pelas fortes chuvas desta semana no Rio de Janeiro e que deixaram pelo menos dez mortos e dezenas de feridos.

Moradores do local denunciaram que as milícias ocupam terrenos e constroem residências para vender ilegalmente. De acordo com informações do Governo do Rio de Janeiro, as fortes tempestades deixaram pelo menos 1,2 mil desalojados e seis feridos em todo o estado.

Famílias

Pelo menos cinco famílias moravam nos prédios que desabaram na manhã de hoje (12) na comunidade da Muzema, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. A informação é do vice-governador, Claudio Castro. Segundo ele, duas pessoas morreram, um adulto e uma criança, e pelo menos três ficaram feridas. Equipes de reportagem acompanharam o resgate de mais uma pessoa.

"A informação que tínhamos é de que tem três famílias cadastradas na Clínica da Família e mais duas que se mudaram para cá na semana passada. A princípio, estima-se que ainda possa haver quatro famílias lá dentro", disse Castro, explicando que uma das famílias já foi resgatada.

Os edifícios que desabaram não tinham autorização da prefeitura e suas obras foram interditadas e embargadas pela prefeitura em novembro de 2018. Mas, como é a Muzema é uma área controlada por uma milícia, a prefeitura diz que precisa do apoio da polícia para atuar no local.

O vice-governador disse que o estado vem combatendo as milícias. "A gente está combatendo com a Polícia Civil, a questão de lavagem de dinheiro e do combate em si. Desde o início do governo, está sendo duramente combatida. É realmente um grande problema a questão da criminalidade em geral e a gente está batalhando para diminuir isso".

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