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Dodge reafirma denúncia contra Jucá por propina de R$ 150 mil

O peemedebista foi denunciado em agosto por ter, supostamente, recebido propina para beneficiar a Odebrecht na tramitação de duas MPs

Jucá: Dodge assinala que o senador "violou dever funcional ao votar pela aprovação de medidas provisórias de interesse do grupo empresarial" (Valter Campanato/Agência Brasil)

Jucá: Dodge assinala que o senador "violou dever funcional ao votar pela aprovação de medidas provisórias de interesse do grupo empresarial" (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 22h09.

Brasília e São Paulo - Em manifestação enviada nesta sexta-feira, 15, ao Supremo Tribunal Federal (STF) a Procuradoria-Geral da República rebateu os argumentos, em defesa prévia, de Romero Jucá (PMDB/RR) e defendeu o recebimento da denúncia contra o senador por corrupção e lavagem de dinheiro.

O peemedebista foi denunciado em agosto por ter, supostamente, recebido propina de R$ 150 mil para beneficiar a Odebrecht na tramitação de duas medidas provisórias. O documento rebate os pontos mencionados pela defesa do parlamentar solicitando a rejeição dos argumentos.

As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria.

Ao mencionar os fatos apontados na denúncia, a procuradora-geral Raquel Dodge assinala que o senador "violou dever funcional ao votar pela aprovação de medidas provisórias de interesse do grupo empresarial, especialmente as MPs 651 e 656, ambas de 2014".

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, o senador agiu no interesse da empreiteira e recebeu de contrapartida pagamento de R$ 150 mil "em vantagens indevidas".

A medida 651, conhecida como "pacote de bondades", que alterava regras do mercado financeiro, recebeu 23 emendas do senador, sete foram aprovadas totalmente ou em parte.

Uma das medidas que não foram aceitas foi apresentada em outra MP (656) e visava a redução de alíquotas de PIS e Confins.

Ao longo da manifestação, Raquel rebate os argumentos da defesa, que alegou "falta de justa causa para ação penal quanto ao crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e a inexistência do crime de lavagem de dinheiro".

Na denúncia, o Ministério Público Federal sustenta que, para ocultar e dissimular a propina, Cláudio Melo Filho, um dos diretores da construtora, e Romero Jucá "acertaram que o repasse seria feito em forma de doação eleitoral para a campanha do filho do senador".

As informações foram confirmadas pelo executivo da Odebrecht em acordo de colaboração premiada.

Cláudio Melo Filho também foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República.

Ao rebater as alegações de Jucá, a procuradora requer "o integral recebimento da denúncia, com início da instrução processual penal, e a condenação".

A manifestação da PGR será analisada pelo relator do caso no STF, o ministro Marco Aurélio.

Defesa

A reportagem tentou contato com o senador e com a defesa, mais ainda não obteve retorno.

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