Diretora da Precisa vai ao STF para não comparecer a depoimento na CPI
Os advogados pedem ainda que, caso a responsável técnica da Precisa compareça à oitiva, seja assegurado a ela o direito a permanecer em silêncio
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de julho de 2021 às 16h22.
A diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, acionou o Supremo Tribunal Federal para garantir o direito de não comparecer ao seu depoimento na CPI da Covid , agendado para esta terça-feira, 13.
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Os advogados pedem ainda que, caso a responsável técnica da Precisa - empresa que representa no Brasil a Bharat Biotech, fabricante da vacina indiana Covaxin - compareça à oitiva, seja assegurado a ela o direito a permanecer em silêncio, o de não ser submetida ao compromisso de dizer a verdade e o de se ausentar da sessão 'se conveniente ao exercício do seu direito de defesa'.
O habeas corpus de Emanuela foi impetrado no STF na última quarta, 7, tendo seus advogados reforçado os pedidos na sexta, 9 após a CPI da Covid definir a data da oitiva da diretora técnica da Precisa. O principal argumento da defesa é o de que os termos do requerimento de convocação de Emanuela sinalizam sua 'inequívoca condição de investigada' perante ao colegiado e por isso ela 'deve ter respeitado o seu direito ao silêncio e à não autoincriminação'.
A CPI da Covid sustentou que a oitiva de Emanuela seria necessária para 'esclarecer os detalhes de potencial beneficiamento da Bharat Biotech, representada no Brasil pela Precisa Medicamentos, na negociação de compra de vacinas pelo Ministério da Saúde'.
A empresa atuou como intermediária entre o laboratório indiano Bharat Biotech e o Ministério da Saúde na venda de doses da Covaxin - e teria pedido inclusive um adiantamento dos pagamentos, o que não é usual. O nome de Medrades aparece em vários momentos nas trocas de e-mails entre a empresa e o Ministério da Saúde. Além do depoimento, a CPI também aprovou a quebra dos sigilos telefônico e telemático (mensagens) da diretora técnica.
As suspeitas de corrução na negociação da compra de R$ 20 milhões de doses da Covaxin está no centro das apurações da CPI da Covid. O contrato foi fechado e o valor de R$ 1,6 bilhão chegou a ser empenhado (reservado no orçamento), mas está suspenso em função das denúncias.
O caso também é investigado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. As apurações respingam inclusive no presidente Jair Bolsonaro: como mostrou o Estadão, a PF abriu inquérito para investigar se o chefe do Executivo prevaricou ao supostamente não ter comunicado aos órgãos de investigação indícios de corrupção nas negociações para compra da vacina indiana.
Reverendo apresenta atestado alegando impossibilidade de comparecer
Com depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid marcado para esta quarta-feira (14), o reverendo Amilton Gomes de Paula apresentou nesta segunda, 12, à presidência do colegiado um atestado médico informando da "impossibilidade momentânea" de comparecer ao Senado.
O religioso é presidente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah) e, segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), negociou a contratação de 400 milhões de doses da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca em nome do governo brasileiro com o aval do ex-diretor do Departamento de Imunização do Ministério da Saúde, Laurício Monteiro Cruz.
O comando da CPI ainda não informou se irá aceitar o atestado do reverendo e mudar o cronograma de oitivas planejadas para esta semana.
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