Direção do PT descarta possibilidade de aliança com DEM e PSDB
Segundo a sigla, os partidos são adversários históricos e estão excluídos do possível arco de alianças para as eleições municipais deste ano
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de fevereiro de 2020 às 12h51.
Rio de Janeiro — A direção nacional do PT divulgou uma nota na madrugada deste sábado (08) na qual diz que DEM e PSDB, adversários históricos do partido, estão excluídos do possível arco de alianças para as eleições municipais deste ano.
"A Executiva, reunida no Rio ontem, definiu que a politica de alianças do partido para as eleições municipais exclui os partidos que sustentam a política ultraneoliberal do governo Bolsonaro (DEM e PSDB) e veta composições com os partidos de extrema-direita", diz a nota.
O texto contradiz informações passadas antes por dirigentes do PT e a assessoria do partido de que candidatos petistas a prefeito estariam autorizados a receber apoio do DEM e PSDB e poderiam apoiar nomes destes partidos em casos específicos desde que houvesse autorização das direções estaduais.
De acordo com a nota divulgada nesta madrugada, o PT vai priorizar alianças com os partidos de esquerda (PCdoB, PSOL, PDT, PSB, Rede, PCO e UP) mas pode fazer coligações com outras siglas desde que seus candidatos façam oposição ao governo Jair Bolsonaro e não pratiquem atos de hostilidade contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
"Alianças com outros partidos podem ser feitas, onde o PT tenha candidatos a prefeito, desde que autorizadas pelo diretório estadual, mas não podem incluir os partidos ultraneoliberais e os de extrema-direita", diz a nota.
Ainda na manhã deste sábado, mesmo depois da divulgação da nota, havia divergências entre dirigentes ouvidos pelo jornalO Estado de S. Paulo sobre o conteúdo da resolução política que define a política da alianças do partido.
Alguns diziam que parcerias pontuais com nomes do DEM e do PSDB poderiam ser autorizadas. Outros afirmavam o contrário.
Um dirigente citou o caso do Rio de Janeiro, onde existe chance de um segundo turno entre o prefeito Marcelo Crivella (PRB), considerado de "extrema direita" e Eduardo Paes (DEM).
Neste caso, segundo petistas, o partido teria mais proximidade com Paes. Dirigentes também citam como exemplos pequenas cidades do interior onde o PT combate o bolsonarismo ao lado de democratas ou tucanos.