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Dilma visita a França e examina a crise europeia

A cooperação bilateral e temas internacionais também figuram entre os temas que serão examinados pela presidente

A presidente Dilma Rousseff é recebida pelo presidente da Assembleia Nacional francesa, Claude Bartolone, em Paris
 (Eric Feferberg/AFP)

A presidente Dilma Rousseff é recebida pelo presidente da Assembleia Nacional francesa, Claude Bartolone, em Paris (Eric Feferberg/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2012 às 10h05.

Paris - A crise na Eurozona e a preocupação com o crescimento serão os principais temas na visita de Estado de dois dias a França, iniciada nesta terça-feira, da presidente Dilma Rousseff.

Depois de uma recepção de honra, o presidente francês François Hollande e Dilma Rousseff inaugurarão um "Fórum do Progresso Social", cujo objetivo é "reinstalar o crescimento no centro do debate público mundial".

Hollande receberá a colega brasileira no palácio presidencial do Eliseu. Ao fim do encontro bilateral, os dois presidentes concederão uma entrevista coletiva e participarão em um jantar de Estado.

A crise econômica na Eurozona, a cooperação bilateral e temas internacionais, como a situação na Síria e Oriente Médio, figuram entre os temas que serão examinados, segundo a diplomacia brasileira.

Dilma Roussef se reuniu pela manhã com o presidente da Assembleia Nacional francesa, Claude Bartolone, e durante a visita terá encontros com o presidente do Senado, Jean-Pierre Bel, e com o prefeito de Paris, Betrand Delanoë.

A presidente brasileira também deve conceder uma entrevista coletiva na sede da Medef, a principal associação empresarial francesa.

No fórum organizado pela Fundação Jean Jaurès e pelo Instituto Lula, que também terá a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma deve reafirmar as críticas ao modelo europeu de ajustes, além de defender a experiência brasileira de estímulos ao crescimento para combater a crise.


A visita de Dilma Rousseff a França "é representativa de uma diplomacia econômica e política do Brasil", mas pode "ter repercussões também para a associação estratégica entre a União Europeia e o Mercosul", afirma Carlos Quenan, do Instituto das Américas.

"Trata-se de aumentar a atratividade dos investimentos e atenuar certas tensões do tipo protecionista que bloqueiam a associação UE-Mercosul", completou o analista, antes de apontar que "estamos em um mundo em crise no qual podem predominar a guerra cambial e o avanço das políticas protecionistas".

"Embora os efeitos diretos da crise europeia não sejam importantes até agora na América Latina, se a mesma for mais grave, o impacto pode ser grande, e existe uma preocupação no Brasil, que não consegue recuperar o crescimento" (1,03% este ano). Existe o temor de um choque financeiro nos países europeus que estão em situação mais delicada" (Espanha, Itália), destacou Quenan.

O processo de licitação brasileiro de 36 aviões de combate, no qual competem empresas da França, Estados Unidos e Suécia, não é mencionado na agenda da visita presidencial, mas o tema, que esteve no centro das conversações bilaterais dos últimos anos, certamente será abordado.

Na segunda-feira, a chancelaria francesa destacou "a qualidade da associação, em particular o respeito à transferência de tecnologia", mas ressaltou ao mesmo tempo que "é uma decisão soberana do Brasil".

Na quarta-feira à tarde, Dilma Rousseff viajará de Paris para a Rússia.

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