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Dilma telefona para Alckmin e oferece ajuda

A aproximação de Dilma também serve para apagar o incêndio provocado pelo bate-boca entre autoridades das esferas federal e estadual


	Presidente Dilma Rousseff: durante o telefonema, Alckmin e Dilma não entraram em detalhes sobre as possíveis formas de colaboração
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente Dilma Rousseff: durante o telefonema, Alckmin e Dilma não entraram em detalhes sobre as possíveis formas de colaboração (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2012 às 20h24.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff entrou em contato na tarde desta quinta-feira (1) por telefone com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para acertar uma ação conjunta no enfrentamento da criminalidade. A aproximação de Dilma também serve para apagar o incêndio provocado pelo bate-boca entre autoridades das esferas federal e estadual.

O objetivo do Palácio do Planalto é montar um grupo de trabalho com o Palácio dos Bandeirantes - o governo federal será representado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, encarregado de manter o diálogo com as autoridades designadas pelo governo de São Paulo. Uma reunião envolvendo representantes dos dois lados deverá ocorrer no início da próxima semana, segundo informou a ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas. Durante o telefonema, Alckmin e Dilma não entraram em detalhes sobre as possíveis formas de colaboração.

Em entrevista ao Estadão publicada nesta quinta, a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, propôs uma ocupação da Favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, à semelhança da realizada no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, em 2010. Nesta semana, a Polícia Militar encontrou em Paraisópolis uma central de espionagem do Primeiro Comando da Capital (PCC) onde se planejavam ataques contra policiais. "A gente sabe que São Paulo não precisa de capacitação policial, não precisa de equipamentos. O orçamento da segurança de São Paulo é alto.


A questão é aliar inteligência, levar as forças federais e buscar as Forças Armadas em uma ocupação de Paraisópolis", disse Regina. Já o secretário de segurança pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, considerou a proposta "oportunismo barato" e "provocação".

Segundo Pinto, o Palácio do Planalto quer superdimensionar o cenário de São Paulo para "desconstruir a segurança pública" do Estado. Nos últimos dias, os casos de homicídio em São Paulo se tornaram alvo de controvérsia entre Cardozo e o secretário. "Aqui a polícia entra em qualquer lugar. Aqui não precisa de unidade pacificadora. Aqui não há necessidade de Exército, Marinha e Aeronáutica para garantir eleição, porque a polícia é autossuficiente", disse Pinto. Autoridades paulistas também atribuem a escalada da violência a uma falta de fiscalização nas fronteiras.

Cardozo, por sua vez, disse já ter oferecido ajuda ao governo estadual. Em nota, o Ministério da Justiça alegou que em "diversas oportunidades o governo federal ofereceu apoio ao governo do Estado de São Paulo" e classifica como "inaceitável" e "inverídica" a "afirmação de que a elevação da violência em São Paulo deriva do descontrole nas fronteiras". Cardozo reiterou a oferta de vagas nos presídios federais de segurança máxima para isolar os líderes do PCC. De acordo com a ministra Helena Chagas, "a presidente Dilma Rousseff não participa dessa troca de versões".

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