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Dilma recebeu com indignação delação de Delcídio, diz Wagner

Segundo o ministro, Dilma recebeu a notícia "com a mesma indignação" que ele "ou talvez mais", já que "envolve diretamente o nome dela"


	Jaques Wagner: “Ela está preocupada, porque eu acho que é uma coisa totalmente fora de qualquer padrão", disse o ministro sobre Dilma
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Jaques Wagner: “Ela está preocupada, porque eu acho que é uma coisa totalmente fora de qualquer padrão", disse o ministro sobre Dilma (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2016 às 17h31.

Brasília - O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse hoje (3) que a presidente Dilma Rousseff está preocupada e recebeu com indignação a notícia de que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) teria firmado um acordo de delação premiada em que teria declarado que a presidente e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinham conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras.

A notícia foi publicada em reportagem da revista Isto É.

“Ela [presidente Dilma] está preocupada, porque eu acho que é uma coisa totalmente fora de qualquer padrão, uma delação que eu não sei se foi, pelo que sei não foi homologada, que envolve ministros e principalmente a figura da presidente da República”, disse Jaques Wagner a jornalistas, após evento no Palácio do Planalto.

Segundo o ministro, Dilma recebeu a notícia "com a mesma indignação" que ele "ou talvez mais", já que "envolve diretamente o nome dela".

Para Jaques Wagner, se o senador fechou acordo, as declarações deveriam ser mantidas em sigilo. Cabe à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal investigar se houve vazamento, o que considerou "gravíssimo" e "intolerável".

"Se ela [delação premiada] deveria estar protegida por sigilo, estou entendendo que a delação perdeu o seu valor de fato, do ponto de vista do processo judicial, e virou o que tem virado muitas vezes: a execração pública para depois alguém provar que algo está diferente", disse o ministro.

Segundo ele, é "intolerável" num Estado democrático de Direito haver o linchamento público de uma pessoa para depois se dizer se realmente foi válido.

"Quem fez o vazamento? Alguém vai apurar? Ou fica pelas calendas isso? Isso é um crime gravíssimo, porque está sob sigilo de Justiça, deveria ir às mãos do ministro Teori [Zavascki, relator dos inquéritos da Lava Jato no STF], que é quem preside esse feito, e de repente sai. É mérito talvez da revista, do órgão de imprensa que conseguiu", afirmou.

Jaques Wagner citou o caso da escola Base, ocorrido na década de 1990, quando diversas reportagens relataram casos de abuso sexual por parte dos donos da instituição. O caso foi arquivado por falta de provas.

"Depois que você execra, quem paga o prejuízo da execração? Isso não constrói democracia. Este ambiente que estamos vivendo destrói democracia e crença nas instituições. Estamos indo para o tudo ou nada, para o vale-tudo. Qualquer um faz o que quer para atingir o seu objetivo. Eu acho, como democrata, gravíssimo isso aí", disse.

“Muita poeira”

Para Wagner, o suposto relato de Delcídio "não tem consistência" e há "muita poeira". 

"Alguém viu alguma prova ali? Não, eu só vi suposição onde ele próprio é o delator, ele é a testemunha, ele é tudo. Acho que não tem nenhuma consistência ali não. Tem muita poeira e pouca materialidade, mas eu não vou entrar nessa discussão", disse o ministro.

Segundo a revista Isto É, Delcídio do Amaral teria firmado um acordo de delação premiada com a equipe que investiga a Operação Lava Jato e nos depoimentos teria dito que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinham conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras.

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