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Dilma recebe Temer, que aconselha a presidente a ouvir mais

O encontro entre os dois foi uma tentativa de reconciliação após o mal-estar ocorrido em dezembro

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	Dilma perguntou ao vice o que ele achava da ideia de chamar a oposição para discutir saídas para a crise política: "A senhora deve ouvir a oposição, sim", respondeu Temer
 (Wilson Dias/ABr)

Dilma perguntou ao vice o que ele achava da ideia de chamar a oposição para discutir saídas para a crise política: "A senhora deve ouvir a oposição, sim", respondeu Temer (Wilson Dias/ABr)

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Tânia Monteiro, Vera Rosa, Igor Gadelha

Publicado em 21 de janeiro de 2016 às, 06h56.

Brasília - Na primeira reunião do ano com a presidente Dilma Rousseff, o vice Michel Temer a aconselhou a "ouvir mais do que falar" na nova edição do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social - formado por integrantes do governo, empresários e sindicalistas -, que será reativado no fim deste mês.

O encontro entre os dois foi uma tentativa de reconciliação após o mal-estar ocorrido em dezembro, quando uma carta escrita por Temer, na qual ele se queixava da "absoluta desconfiança" por parte de Dilma, vazou no Palácio do Planalto.

Mesmo assim, a reunião foi protocolar. Dilma e Temer conversaram sozinhos por aproximadamente 15 minutos e mais uma hora com os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo).

Dilma perguntou ao vice o que ele achava da ideia de chamar a oposição para discutir saídas para a crise política. "A senhora deve ouvir a oposição, sim", respondeu Temer, que no passado irritou o Planalto ao falar em "reunificação" nacional.

O vice disse a Dilma que, ao reativar o "Conselhão", o governo precisa dar sinais de que está disposto a "ser mais servo", ouvindo mais as ideias do grupo. Na avaliação de Temer, esse gesto ajudaria a "promover a pacificação", fundamental para o País enfrentar os problemas políticos e econômicos.

Ele aconselhou a presidente a "retomar o diálogo" em todas as frentes, facilitando, assim, a busca de caminhos para tirar o Brasil da crise. Dilma afirmou que "está pensando" em conversar com integrantes da oposição.

Depois de ouvir as sugestões do vice, a presidente informou que está "buscando este entendimento". Temer disse estar à disposição para ouvir e conversar com empresários, já que tem bom trânsito nessa área.

Os dois não falaram sobre a briga pela liderança do PMDB na Câmara ou o processo de impeachment nem sobre a nomeação de um peemedebista para a Secretaria da Aviação Civil, vaga desde a saída de Eliseu Padilha, aliado de Temer.

A presidente convidou Temer a comparecer à primeira reunião do Conselhão, em 28 de janeiro, e ajudá-lo na missão de buscar soluções que promovam o crescimento do País.

Na mesma data, Temer tem encontros no Paraná e em Santa Catarina com integrantes do PMDB. O vice está trabalhando para se reeleger presidente do partido na convenção marcada para março. Ainda ontem, o Planalto comemorava o fato de o presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau, confirmar que continua no Conselhão.

O Planalto se animou ainda com o fato de Wagner Moura ter aceito o convite para integrar o Conselhão, assim como Fernando Moraes.

Moura é embaixador da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Também estarão no grupo os banqueiros Roberto Setúbal, do Itaú, e Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, além de Jorge Paulo Lemann, da Ambev.

'Ponte'

Na conversa com Dilma, Temer lembrou que o PMDB produziu o programa "Uma Ponte para o Futuro", com ideias que poderiam ser adotadas pelo governo para ajudar o País a sair da crise. Em um afago ao vice, com quem enfrentou muitos problemas nos últimos meses, Dilma disse que conhecia o documento e que ele já estava nas mãos do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

A necessidade de manter uma boa relação com Temer é defendida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem o vice é o principal beneficiário do impeachment, não podendo ficar afastado.

Jaques Wagner foi o porta-voz do convite para o encontro. A conversa foi tratada como "afável" e "descontraída", mas houve quem interpretasse que o tête-à-tête interessava mais a Dilma do que a Temer, para que pudesse ser feita "uma foto" com os dois juntos. 

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