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Dilma e Aécio partem para ataques e têm duelo mais agressivo

Candidatos fizeram, nos estúdios do SBT, o debate mais agressivo da campanha com ataques generalizados de ambos os lados

Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) durante o debate do SBT, em São Paulo (Marcos Fernandes/Coligação Muda Brasil/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 21h29.

Osasco - A presidente Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) fizeram nesta quinta-feira, nos estúdios do SBT, o debate mais agressivo da campanha com ataques generalizados de ambos os lados, deixando as propostas de governo em segundo plano.

No confronto, Dilma lembrou, por exemplo, o episódio em que o tucano foi parado em uma blitz da Lei Seca e se recusou a fazer o teste do bafômetro, e Aécio afirmou que um irmão da presidente foi nomeado para trabalhar na prefeitura de Belo Horizonte durante um governo do PT e não ia ao trabalho.

Os candidatos se acusaram mutuamente de mentir e, ao final do debate, Dilma chegou a se sentir mal e teve uma queda de pressão em um dia de forte calor em Osasco, na Grande São Paulo, onde ocorreu o debate.

Mas ela se recuperou rapidamente e deixou A presidente acusou o PSDB de "ocultações" de provas, que teriam impedido que o PT, ao chegar ao governo federal, investigasse denúncias de irregularidades envolvendo os tucanos.

"Foram as provas que vocês levaram e as ocultações que vocês fizeram que impedem uma investigação maior", disse Dilma, ao responder Aécio, que havia questionado a razão de os governos petistas não terem investigados denúncias contra o governo anterior, emendo que ou não havia provas ou a presidente "prevaricou".

Dilma lembrou indiretamente o episódio em que Aécio foi parado por uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro e se negou a fazer o teste do bafômetro, alegando que estava com a carteira de habilitação vencida.

"Não é possível que a senhora queira vir aqui fazer a mais baixa das campanhas eleitorais até aqui", disparou o tucano que cobrou que a presidente tivesse "coragem" de fazer a pergunta diretamente.

Ele reconheceu que errou no episódio em que foi parado, negou que estivesse embriagado e se disse arrependido de não ter feito o teste.

Nepotismo e Inflação

Assim como no debate da TV Bandeirantes, Dilma voltou a acusar o adversário de nepotismo quando governou Minas.

Ao contrário do confronto anterior, quando não respondeu diretamente à presidente, dessa vez Aécio afirmou que Igor Rousseff, irmão da petista, foi nomeado por um cargo na prefeitura de Belo Horizonte, na gestão do petista Fernando Pimentel, e recebeu sem trabalhar.

"A diferença entre nós é que a minha irmã trabalha muito e não recebe nada, o seu irmão recebe e não trabalha nada", disparou Aécio, afirmando que sua irmã, Andrea Neves, o ajudou na área de comunicação do governo de Minas de forma voluntária.

Em um dos poucos momentos em que os dois adversários no segundo turno não trataram de acusações, Dilma criticou a proposta de Aécio de reduzir a meta de inflação, atualmente em 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos, para 3 por cento ao ano.

"Vocês falam que querem fazer a inflação convergir para 3 por cento. É importante para a dona de casa que está nos escutando, vou falar para ela. O que acontecerá se a inflação for para 3 por cento? Nós vamos ter uma taxa de desemprego de 15 (por cento)", afirmou a presidente.

Minas Gerais

O Estado natal dos dois presidenciáveis voltou a ser tema do debate entre Dilma e Aécio, com críticas da presidente aos dois mandatos que o tucano governou o Estado e com o candidato do PSDB acusando a petista de desrespeitar os mineiros.

"Pare de ofender Minas Gerais, candidata", disparou Aécio ao responder as acusações de nepotismo da presidente. O tucano chegou a ironizar a rival afirmando que, "desempregada" a partir de janeiro ela poderia se interessar em se candidatar ao governo de Minas.

A presidente rebateu evocando a juventude dos dois. "Não coloque Minas Gerais como sendo sua... Se eu saí de Minas não foi para passear no Rio de Janeiro, foi porque eu fui perseguida... Minas não se confunde com o senhor."

Dilma voltou a afirmar que os governos tucanos "engavetavam" denúncias, ao que Aécio respondeu pedindo que a presidente não o medisse "com a sua régua".

O tucano também voltou a dizer que, no segundo turno da campanha, parecem haver dois candidatos de oposição e acusou Dilma de não ter feito em quatro anos o que vem propondo para um eventual segundo mandato.

São Paulo - Algumas semanas atrás, era improvável que o segundo turno das eleições 2014 acontecesse entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Marina Silva (PSB) era a candidata em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos. Aécio, no entanto, virou o jogo e será o candidato a concorrer ao cargo nesse segundo turno. A seguir, veja outras viradas importantes da corrida eleitoral brasileira.
  • 2. Collor X Lula (1989)

    2 /8(Lula: Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL; Collor: Orlando Brito/Veja)

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    As eleições presidenciais de 1989 marcaram uma grande virada. Em abril, Collor tinha apenas 17% das intenções de voto para o cargo de presidente. Após um crescimento grande, Collor passou no primeiro turno com 28% dos votos e Lula com 16%. No segundo turno, Collor venceu as eleições.
  • 3. FHC X Lula (1994)

    3 /8(Lula: AGÊNCIA BRASIL; FHC: Germano Lüders/EXAME)

  • Nas eleições presidenciais de 1994, Lula sofreu outra virada. O candidato do PT liderava as pesquisas. Em maio, tinha 42% das intenções de votos. Fernando Henrique Cardoso, candidato do PSDB, por outro lado, tinha 16%. Com a consolidação do Plano Real, FHC ultrapassa Lula no início de agosto. No final das contas, Fernando Henrique vence as eleições ainda em primeiro turno, com 54% dos votos.
  • 4. Dilma X Serra (2010)

    4 /8(Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

    Serra liderava as pesquisas em abril de 2010. O candidato do PSDB tinha 38% das intenções de voto, enquanto Dilma tinha 28%. Em maio, no entanto, após uma subida rápida de Dilma, os dois ficaram empatados com 37% das intenções. Após o primeiro turno, Dilma passa em primeiro lugar, com 46% dos votos e Serra, com 32%.
  • 5. Dilma X Serra (2º turno de 2010)

    5 /8(Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

    Antes mesmo que o primeiro turno acontecesse, as pesquisas mostravam que Dilma perderia para Serra. O candidato do PSDB levaria o segundo turno com 50% das intenções, contra 40% para a presidenciável do PT. Dilma vira, eventualmente, o jogo e vence as eleições.
  • 6. Anastasia X Helio Costa (MG - 2010)

    6 /8(Anastasia e Helio Costa: ABr)

    Antonio Anastasia (PSDB) buscava reeleição ao cargo de governador de Minas Gerais em 2010. Seu principal adversário era Helio Costa (PMDB). As pesquisas apontavam Helio Costa à frente nas intenções de voto. Em julho, Costa tinha 44% das intenções de voto, enquanto Anastasia tinha apenas 18%. Em setembro, Anastasia ultrapassou Costa nas pesquisas e foi eleito ainda em primeiro turno, com 62% dos votos.
  • 7. Fernando Haddad (Prefeitura de São Paulo - 2012)

    7 /8(Paulo Fridman/Bloomberg)

    Na campanha para prefeitura de São Paulo de 2012, ora as intenções de voto mostravam José Serra (PSDB) em primeiro, ora o candidato Celso Russomanno (PRB). Lá embaixo, de maneira discreta corria Fernando Haddad, candidato do PT. Até agosto, Haddad sequer pontuava dois dígitos nas intenções. Até a última pesquisa de intenção de votos daquelas eleições, divulgada dias antes do primeiro turno, Russomanno estava em primeiro e Serra em segundo. No final das contas Serra e Haddad passaram para o segundo turno, o qual Haddad venceu com 55% dos votos.
  • 8. Agora, veja políticos votando neste domingo

    8 /8(Reuters)

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