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Dilma diz que Casa Civil quer limitar suas viagens

"Hoje houve uma decisão da Casa Civil ilegítima, cujo objetivo é proibir que eu viaje", disse ao participar do lançamento de um livro na capital gaúcha

Dilma Rousseff: "É um escândalo que não eu não possa viajar para o Rio, para o Pará ou qualquer outro lugar" (Roberto Stuckert Filho/PR)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2016 às 20h55.

Porto Alegre - A presidente da República afastada, Dilma Rousseff, afirmou que o governo do presidente em exercício, Michel Temer, tomou uma medida para restringir seu direito de viajar no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que a tem transportado no último mês, desde que deixou o Palácio do Planalto.

"Hoje houve uma decisão da Casa Civil ilegítima, cujo objetivo é proibir que eu viaje", disse ao participar do lançamento de um livro na capital gaúcha, nesta sexta-feira, 3.

Ela se refere a um parecer que teria sido elaborado pela Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil limitando os deslocamentos aéreos da presidente afastada.

O documento restringiria o uso de aviões da FAB por Dilma aos trechos Brasília-Porto Alegre e Porto Alegre-Brasília. Ou seja, autorizaria o uso de aeronaves oficiais somente para a capital gaúcha, onde ela tem apartamento e onde mora sua família.

"É um escândalo que não eu não possa viajar para o Rio, para o Pará ou qualquer outro lugar", disse.

Ela justificou que não pode pegar um avião comercial, como qualquer outra pessoa faria, porque a Constituição determina que é preciso haver um aparato de segurança fazendo sua escolta. "Então temos uma situação que tem ser resolvida, porque eu vou viajar", afirmou.

Por volta das 18 horas, ao final do evento de lançamento do livro "A Resistência ao Golpe de 2016", no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Dilma se dirigiu à Esquina Democrática, ponto no centro de Porto Alegre considerado um tradicional palco de mobilizações populares.

Ali, ela participou de uma manifestação contrária ao governo de Temer, convocada pela Frente Brasil Popular. De acordo com os organizadores, estiveram presentes 10 mil pessoas.

No palanque, Dilma voltou a criticar o parecer da Casa Civil que restringe seus deslocamentos aéreos.

"Eles estão querendo me proibir de viajar de avião.Para eles, eu podia só viajar de Brasília para Porto Alegre, que é minha casa, e voltar para Brasília. Eu quero viajar por todo o Brasil. Eles não querem que eu vá às praças de todo o Brasil e diga que o que está acontecendo é um golpe", afirmou.

No discurso que fez no ato convocado pelos movimentos sociais, a presidente afastada voltou a defender que o processo de impeachment em curso no Congresso não é legítimo.

Além disso, acusou o governo em exercício de ter a intenção de retirar direitos sociais da população adquiridos nos últimos anos. Após sua fala, ela ficou no palco por cerca de quinze minutos cumprimentando apoiadores e tirando fotos. Só depois disso ela deixou o local, de carro.

Defesa

Dilma também aproveitou a passagem por Porto Alegre para rebater uma notícia publicada nesta sexta-feira pelo jornal "O Globo", que afirma que o dinheiro da corrupção da Petrobras financiou suas despesas pessoais, como viagens de seu cabeleireiro Celso Kamura a Brasília.

"É uma tentativa, uma estratégia para atingir a minha imagem, mais uma", disse durante o evento de lançamento do livro. A presidente afastada falou que tem todos os comprovantes que atestam que ela mesma pagou pelos serviços do cabeleireiro.

"Nós temos a certeza de que eles vão tentar de qualquer jeito me incriminar. Só o que eu adianto é que será muito difícil", revelou, acrescentando que é alvo desse tipo de tentativa desde 2010.

"Até o casamento da minha filha foi investigado, tenho todos esses anos de investigação nas costas. Eu jamais usei dinheiro publico para pagar qualquer coisa na minha vida."

Dilma ainda defendeu a necessidade que o Brasil mantenha o regime. "Sabemos que conversa de parlamentarismo sempre surgem nessas circunstâncias", disse.

Segundo ela, as eleições proporcionais que escolhem os representantes do Parlamento tendem a permitir uma incidência maior do poder econômico, o que, na sua avaliação, pode distorcer a representatividade.

"Eu tenho clareza que o Brasil precisa ainda por muito tempo do regime presidencialista. Não estou falando em causa própria porque não posso me eleger. Estou falando pelo amanhã."

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Porto Alegre - A presidente da República afastada, Dilma Rousseff, afirmou que o governo do presidente em exercício, Michel Temer, tomou uma medida para restringir seu direito de viajar no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que a tem transportado no último mês, desde que deixou o Palácio do Planalto.

"Hoje houve uma decisão da Casa Civil ilegítima, cujo objetivo é proibir que eu viaje", disse ao participar do lançamento de um livro na capital gaúcha, nesta sexta-feira, 3.

Ela se refere a um parecer que teria sido elaborado pela Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil limitando os deslocamentos aéreos da presidente afastada.

O documento restringiria o uso de aviões da FAB por Dilma aos trechos Brasília-Porto Alegre e Porto Alegre-Brasília. Ou seja, autorizaria o uso de aeronaves oficiais somente para a capital gaúcha, onde ela tem apartamento e onde mora sua família.

"É um escândalo que não eu não possa viajar para o Rio, para o Pará ou qualquer outro lugar", disse.

Ela justificou que não pode pegar um avião comercial, como qualquer outra pessoa faria, porque a Constituição determina que é preciso haver um aparato de segurança fazendo sua escolta. "Então temos uma situação que tem ser resolvida, porque eu vou viajar", afirmou.

Por volta das 18 horas, ao final do evento de lançamento do livro "A Resistência ao Golpe de 2016", no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Dilma se dirigiu à Esquina Democrática, ponto no centro de Porto Alegre considerado um tradicional palco de mobilizações populares.

Ali, ela participou de uma manifestação contrária ao governo de Temer, convocada pela Frente Brasil Popular. De acordo com os organizadores, estiveram presentes 10 mil pessoas.

No palanque, Dilma voltou a criticar o parecer da Casa Civil que restringe seus deslocamentos aéreos.

"Eles estão querendo me proibir de viajar de avião.Para eles, eu podia só viajar de Brasília para Porto Alegre, que é minha casa, e voltar para Brasília. Eu quero viajar por todo o Brasil. Eles não querem que eu vá às praças de todo o Brasil e diga que o que está acontecendo é um golpe", afirmou.

No discurso que fez no ato convocado pelos movimentos sociais, a presidente afastada voltou a defender que o processo de impeachment em curso no Congresso não é legítimo.

Além disso, acusou o governo em exercício de ter a intenção de retirar direitos sociais da população adquiridos nos últimos anos. Após sua fala, ela ficou no palco por cerca de quinze minutos cumprimentando apoiadores e tirando fotos. Só depois disso ela deixou o local, de carro.

Defesa

Dilma também aproveitou a passagem por Porto Alegre para rebater uma notícia publicada nesta sexta-feira pelo jornal "O Globo", que afirma que o dinheiro da corrupção da Petrobras financiou suas despesas pessoais, como viagens de seu cabeleireiro Celso Kamura a Brasília.

"É uma tentativa, uma estratégia para atingir a minha imagem, mais uma", disse durante o evento de lançamento do livro. A presidente afastada falou que tem todos os comprovantes que atestam que ela mesma pagou pelos serviços do cabeleireiro.

"Nós temos a certeza de que eles vão tentar de qualquer jeito me incriminar. Só o que eu adianto é que será muito difícil", revelou, acrescentando que é alvo desse tipo de tentativa desde 2010.

"Até o casamento da minha filha foi investigado, tenho todos esses anos de investigação nas costas. Eu jamais usei dinheiro publico para pagar qualquer coisa na minha vida."

Dilma ainda defendeu a necessidade que o Brasil mantenha o regime. "Sabemos que conversa de parlamentarismo sempre surgem nessas circunstâncias", disse.

Segundo ela, as eleições proporcionais que escolhem os representantes do Parlamento tendem a permitir uma incidência maior do poder econômico, o que, na sua avaliação, pode distorcer a representatividade.

"Eu tenho clareza que o Brasil precisa ainda por muito tempo do regime presidencialista. Não estou falando em causa própria porque não posso me eleger. Estou falando pelo amanhã."

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