Dilma defende solução de crise via FMI
Presidente acrescentou que o Brasil se dispôs a participar da capitalização do Fundo Monetário Internacional
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2012 às 14h14.
Cannes - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que o Brasil e os demais países dos BRICs estão dispostos a contribuir para uma ajuda financeira à Europa se isso for feito por meio do Fundo Monetário Internacional, mas que não há decisão ainda sobre o volume de recursos que podem ser disponibilizados.
Ela acrescentou que os recursos das reservas internacionais brasileiras devem ser protegidos pois foram acumulados com o "suor dos brasileiros", e descartou um repasse direto para o fundo de resgate europeu.
"Eu não tenho a menor intenção de fazer nenhuma contribuição direta para o Fundo de Estabilização Europeu," disse a presidente durante entrevista coletiva após o encerramento da reunião do G20 em Cannes. "O Brasil tem um mecanismo, que é o mecanismo que rege as relações internacionais, via Fundo Monetário." No comunicado do G20 divulgado durante o encontro, os membros afirmaram que "assegurarão que o FMI siga tendo recursos para cumprir seu papel sistêmico, em benefício de todos os membros", mas jogaram para a próxima reunião de ministros, em dezembro, a responsabilidade por definir como se dará esse aumento do poder de fogo do banco.
Algumas das alternativas listadas foram contribuições bilaterais, voluntárias e emissões de direitos especiais de saque.
O G20 também não anunciou decisão sobre valores de aportes. Em entrevista coletiva após a cúpula, a diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde, afirmou que o grupo não estabeleceu um teto para a ajuda, e que ela está segura de que terá os recursos necessários para cumprir suas funções.
Dilma voltou a defender uma reforma na governança do organismo multilateral de crédito que, na avaliação dela, deve refletir a mudança de correlação de forças no cenário global. Na entrevista, a presidente argumentou que uma ampliação do FMI contribuirá também para a redução do risco sistêmico na economia global.
A cúpula do G20 foi um "relativo sucesso" na medida em que criou o ambiente adequado para que os países da zona do euro avançassem em busca de soluções para a crise, disse Dilma. "Agora (eles) vão ter de dar mais detalhes dos seus planos," afirmou.
Dilma se reuniu com chefes de Estado dos demais países dos Brics --Rússia, Índia, China e África do Sul-- na quinta-feira, quando trataram da crise europeia.
Taxa Financeira
O Brasil adotará uma taxa adicional sobre as transações financeiras realizadas no país caso haja um acordo para a adoção dessa tributação globalmente, afirmou Dilma.
A proposta para a criação de uma nova taxa financeira foi feita pela França durante o G20 como forma de levantar recursos para suprir a redução da oferta de assistência social no mundo verificada após a crise. A ideia encontra forte resistência de países como a Grã-Bretanha, onde a indústria financeira tem um peso grande na economia.
Dilma argumentou que o Brasil tem uma economia variada e já adota uma taxação sobre transações financeiras -o IOF.
"Nós não somos contra se todos os países adotarem uma taxa", disse a presidente. "Se tiver uma taxa financeira global, o Brasil adota também. Nós não somos contra."
* Matéria atualizada às 15h19
Cannes - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que o Brasil e os demais países dos BRICs estão dispostos a contribuir para uma ajuda financeira à Europa se isso for feito por meio do Fundo Monetário Internacional, mas que não há decisão ainda sobre o volume de recursos que podem ser disponibilizados.
Ela acrescentou que os recursos das reservas internacionais brasileiras devem ser protegidos pois foram acumulados com o "suor dos brasileiros", e descartou um repasse direto para o fundo de resgate europeu.
"Eu não tenho a menor intenção de fazer nenhuma contribuição direta para o Fundo de Estabilização Europeu," disse a presidente durante entrevista coletiva após o encerramento da reunião do G20 em Cannes. "O Brasil tem um mecanismo, que é o mecanismo que rege as relações internacionais, via Fundo Monetário." No comunicado do G20 divulgado durante o encontro, os membros afirmaram que "assegurarão que o FMI siga tendo recursos para cumprir seu papel sistêmico, em benefício de todos os membros", mas jogaram para a próxima reunião de ministros, em dezembro, a responsabilidade por definir como se dará esse aumento do poder de fogo do banco.
Algumas das alternativas listadas foram contribuições bilaterais, voluntárias e emissões de direitos especiais de saque.
O G20 também não anunciou decisão sobre valores de aportes. Em entrevista coletiva após a cúpula, a diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde, afirmou que o grupo não estabeleceu um teto para a ajuda, e que ela está segura de que terá os recursos necessários para cumprir suas funções.
Dilma voltou a defender uma reforma na governança do organismo multilateral de crédito que, na avaliação dela, deve refletir a mudança de correlação de forças no cenário global. Na entrevista, a presidente argumentou que uma ampliação do FMI contribuirá também para a redução do risco sistêmico na economia global.
A cúpula do G20 foi um "relativo sucesso" na medida em que criou o ambiente adequado para que os países da zona do euro avançassem em busca de soluções para a crise, disse Dilma. "Agora (eles) vão ter de dar mais detalhes dos seus planos," afirmou.
Dilma se reuniu com chefes de Estado dos demais países dos Brics --Rússia, Índia, China e África do Sul-- na quinta-feira, quando trataram da crise europeia.
Taxa Financeira
O Brasil adotará uma taxa adicional sobre as transações financeiras realizadas no país caso haja um acordo para a adoção dessa tributação globalmente, afirmou Dilma.
A proposta para a criação de uma nova taxa financeira foi feita pela França durante o G20 como forma de levantar recursos para suprir a redução da oferta de assistência social no mundo verificada após a crise. A ideia encontra forte resistência de países como a Grã-Bretanha, onde a indústria financeira tem um peso grande na economia.
Dilma argumentou que o Brasil tem uma economia variada e já adota uma taxação sobre transações financeiras -o IOF.
"Nós não somos contra se todos os países adotarem uma taxa", disse a presidente. "Se tiver uma taxa financeira global, o Brasil adota também. Nós não somos contra."
* Matéria atualizada às 15h19