Dilma considera normal pressão do PMDB
Presidente considera "normais" as pressões do aliado pela definição das alianças regionais, mas a ordem é para agir "com frieza"
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2013 às 19h26.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff considera "normais" as pressões do PMDB pela definição das alianças regionais, mas a ordem no governo e no núcleo que trata das negociações de palanques nos Estados é para agir "com frieza", disse à Reuters uma fonte do governo nesta quinta-feira.
Nos últimos dias, ganhou força no PMDB a ideia de antecipar a convenção nacional do partido para março do ano que vem com o objetivo de pressionar o PT e Dilma a se posicionarem logo sobre as disputas estaduais.
"O que não precisa não será definido neste ano. É preciso ter frieza nesse momento", afirmou a fonte do governo à Reuters sob condição de anonimato.
O grupo que defende a antecipação da convenção nacional do PMDB para março ainda não tem maioria na comissão executiva do partido para mudar a data da convenção, normalmente realizada em junho.
Mas, dependendo do ritmo e dos resultados das negociações com o PT pelos palanques estaduais, essa parte da cúpula partidária pode conseguir a convocação antecipada da convenção.
Na terça-feira, pressionada pelo PMDB, Dilma se reuniu com o vice-presidente Michel Temer, com os senadores Eduardo Braga (PMDB-AM), que também é líder do governo no Senado, e Jader Barbalho (PMDB-PA), e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para analisar o quadro eleitoral na região amazônica, mais especificamente no Amazonas e no Pará.
O PMDB quer que Dilma faça mais reuniões desse tipo para comandar as negociações dos palanques estaduais e passe a afiançar esses acertos. "É natural que eles queiram o aval dela para acordos. Mas acho difícil ela entrar em bola dividida. Vai adiar ao máximo", disse a fonte.
As bolas divididas são as delicadas negociações entre petistas e peemedebistas em Estados como Ceará, Bahia, Rio de Janeiro e Paraná.
Dilma também considera um erro fazer negociações nesse momento porque o PT está no meio do seu processo eleitoral para escolher o futuro presidente.
O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), também defende que o ritmo das negociações seja mais lento. "Assim como o PMDB tem demandas, nós também temos", disse à Reuters.
Para ele, o PT só deve se debruçar sobre essas negociações após as eleições internas do partido. "Esse processo está adiantado demais", argumentou.
Na sexta-feira passada, Temer se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os dois acertaram a criação de uma comissão dos dois partidos para conduzir as negociações sobre as alianças estaduais.
Mas o PMDB parece estar com mais pressa do que o PT.
O governo e Dilma tiveram que trabalhar para cancelar uma reunião que ocorreria na noite de quarta-feira entre Temer e a cúpula peemedebista. Nesse encontro, o vice-presidente seria confrontado formalmente com a ideia de antecipação do calendário eleitoral. Para evitar a saia justa, houve uma articulação para esvaziar o encontro, segundo o auxiliar de Dilma ouvido pela Reuters.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff considera "normais" as pressões do PMDB pela definição das alianças regionais, mas a ordem no governo e no núcleo que trata das negociações de palanques nos Estados é para agir "com frieza", disse à Reuters uma fonte do governo nesta quinta-feira.
Nos últimos dias, ganhou força no PMDB a ideia de antecipar a convenção nacional do partido para março do ano que vem com o objetivo de pressionar o PT e Dilma a se posicionarem logo sobre as disputas estaduais.
"O que não precisa não será definido neste ano. É preciso ter frieza nesse momento", afirmou a fonte do governo à Reuters sob condição de anonimato.
O grupo que defende a antecipação da convenção nacional do PMDB para março ainda não tem maioria na comissão executiva do partido para mudar a data da convenção, normalmente realizada em junho.
Mas, dependendo do ritmo e dos resultados das negociações com o PT pelos palanques estaduais, essa parte da cúpula partidária pode conseguir a convocação antecipada da convenção.
Na terça-feira, pressionada pelo PMDB, Dilma se reuniu com o vice-presidente Michel Temer, com os senadores Eduardo Braga (PMDB-AM), que também é líder do governo no Senado, e Jader Barbalho (PMDB-PA), e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para analisar o quadro eleitoral na região amazônica, mais especificamente no Amazonas e no Pará.
O PMDB quer que Dilma faça mais reuniões desse tipo para comandar as negociações dos palanques estaduais e passe a afiançar esses acertos. "É natural que eles queiram o aval dela para acordos. Mas acho difícil ela entrar em bola dividida. Vai adiar ao máximo", disse a fonte.
As bolas divididas são as delicadas negociações entre petistas e peemedebistas em Estados como Ceará, Bahia, Rio de Janeiro e Paraná.
Dilma também considera um erro fazer negociações nesse momento porque o PT está no meio do seu processo eleitoral para escolher o futuro presidente.
O líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), também defende que o ritmo das negociações seja mais lento. "Assim como o PMDB tem demandas, nós também temos", disse à Reuters.
Para ele, o PT só deve se debruçar sobre essas negociações após as eleições internas do partido. "Esse processo está adiantado demais", argumentou.
Na sexta-feira passada, Temer se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os dois acertaram a criação de uma comissão dos dois partidos para conduzir as negociações sobre as alianças estaduais.
Mas o PMDB parece estar com mais pressa do que o PT.
O governo e Dilma tiveram que trabalhar para cancelar uma reunião que ocorreria na noite de quarta-feira entre Temer e a cúpula peemedebista. Nesse encontro, o vice-presidente seria confrontado formalmente com a ideia de antecipação do calendário eleitoral. Para evitar a saia justa, houve uma articulação para esvaziar o encontro, segundo o auxiliar de Dilma ouvido pela Reuters.