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Dilma chega a Cuba para fortalecer comércio e laços diplomáticos

A presidente foi recebida no Aeroporto Internacional José Martí, em Havana, pelo chanceler Bruno Rodríguez e saiu sem falar com jornalistas

De acordo com assessores de Dilma, a visita dela a Havana tem o objetivo de aprofundar o diálogo e a cooperação bilateral (José Cruz/ABr)

De acordo com assessores de Dilma, a visita dela a Havana tem o objetivo de aprofundar o diálogo e a cooperação bilateral (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2012 às 18h15.

Havana - A presidente Dilma Rousseff chegou na noite desta segunda-feira a Havana para uma visita oficial de dois dias focada no comércio bilateral, mas incomodada pela sempre presente questão dos direitos humanos de Cuba.

Ela deve visitar o porto de Mariel, perto de Havana, onde o Brasil ajuda a financiar uma reestruturação de 800 milhões de dólares pelo conglomerado brasileiro Odebrecht.

Também há a expectativa da assinatura de novos acordos comerciais com a ilha. Dilma irá se reunir com o presidente Raúl Castro e, possivelmente, com o ex-líder Fidel Castro.

A presidente foi recebida no Aeroporto Internacional José Martí, em Havana, pelo chanceler Bruno Rodríguez e saiu sem falar com jornalistas.

Laços econômicos e políticos entre os dois países foram intensificados pelo antecessor de Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas desde que ela assumiu o cargo, em janeiro de 2011, tem focado os temas comerciais nas relações do governo com outros países, e deve fazer o mesmo com Cuba.

A ilha caribenha tem buscado, entre outras coisas, ajuda agrícola do Brasil, e a Odebrecht afirmou nesta segunda-feira que irá assinar um acordo para trabalhar com a problemática indústria de açúcar cubana para aumentar a produção da usina "5 de Septiembre", na província de Cienfuegos .

Um executivo da indústria brasileira de açúcar com conhecimento do projeto afirmou à Reuters que a Odebrecht também produzirá etanol e energia a partir de biomassa em Cuba.


A companhia está transformando Mariel, mais conhecido como local do êxodo cubano de 1980 aos Estados Unidos, no principal porto comercial de Cuba e ponto central de sua nascente indústria de petróleo em alto mar.

A recente morte do dissidente cubano Wilman Villar, que estava em greve de fome, criou certa pressão sobre Dilma para que ela incluísse na agenda de discussões em Cuba o tema dos direitos humanos, mas segundo relatos da mídia, ela não fará isso publicamente.

Segundo fontes no Brasil, o governo brasileiro é a favor de uma abertura democrática em Cuba, mas não vai pegar muito pesado.

O governo cubano afirmou que Villar era um criminoso comum, não um dissidente, e que não fez uma greve de fome como seus companheiros opositores alegaram.

Em uma entrevista coletiva sobre Villar nesta segunda-feira, o ex-prisioneiro político José Daniel Ferrer afirmou que Dilma pode simpatizar com os dissidentes de Cuba, mas não esperava que ela discutisse o assunto publicamente.

"Há outros interesses, outros assuntos de maior interesse para a líder brasileira", disse.

Na semana passada, o governo brasileiro colocou as autoridades comunistas da ilha em uma posição delicada ao conceder à blogueira cubana dissidente Yoani Sánchez um visto de turista para que ela visite o país em fevereiro, quando haverá a estreia de um documentário sobre Cuba.

O governo cubano considera Yoani uma de suas principais inimigas, como todos os dissidentes, uma mercenária a serviço de seu inimigo ideológico de longa data, os Estados Unidos. Cuba já impediu inúmeras vezes que ela viajasse para o exterior, onde tem muitos seguidores de seu blog.

Yoani e o grupo dissidente Damas de Branco querem se encontrar com Dilma, mas isso também parece ter poucas chances de acontecer.

Dilma viajará ao Haiti na quarta-feira, onde tropas brasileiras lideram a força de manutenção de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil ajudou a financiar uma missão médica cubana no Haiti desde que um forte terremoto atingiu o país há dois anos.

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