"Não possuo conta no exterior", diz Dilma sobre impeachment
Em clara referência às suspeitas que pairam contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a presidente Dilma afirmou que passado e presente atestam sua idoneidade
Talita Abrantes
Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 07h59.
São Paulo - Em curto pronunciamento realizado no início da noite de hoje, a presidente Dilma Rousseff afirmou que recebeu com "indignação" a decisão de Eduardo Cunha de acatar o pedido de impeachment contra ela.
"São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentaram esse pedido", afirmou a presidente.
"Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público, não possuo conta no exterior", afirmou a presidente em uma clara referência às suspeitas que pairam contra o Eduardo Cunha.
E prosseguiu: "Nunca coagi, ou tentei coagir instituições ou pessoas na busca de satisfazer meus interesses. Meu passado e meu presente atestam a minha idoneidade e meu inquestionável compromisso com as leis e com a coisa pública".
Impeachment
No final da tarde hoje, o presidente da Câmara Eduardo Cunha anunciou o acolhimento do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O documento foi protocolado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal no último dia 21 de outubro.
A decisão aconteceu algumas horas depois que a bancada do PT na Câmara optou por votar pelo prosseguimento do processo de cassação do mandato de Eduardo Cunha, que é acusado de quebra de decoro parlamentar por supostamente mentir na CPI da Petrobras sobre a titularidade de contas na Suíça.
Veja abaixo o discurso na íntegra:
"Bom, boa noite a todos. Eu dirijo, agora, uma palavra de esclarecimento a todas as brasileiras e a todos os brasileiros.
No dia de hoje, vocês viram, foi aprovado pelo Congresso Nacional o Projeto de Lei que atualiza a meta fiscal, permitindo a continuidade dos serviços públicos fundamentais para todos os brasileiros.
Ainda hoje, eu recebi com indignação a decisão do senhor presidente da Câmara dos Deputados de processar pedido de impeachment contra mandato democraticamente conferido a mim pelo povo brasileiro. São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentam este pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim. Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público. Não possuo conta no exterior, nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais. Nunca coagi ou tentei coagir instituições ou pessoas, na busca de satisfazer meus interesses. Meu passado e meu presente atestam a minha idoneidade e meu inquestionável compromisso com as leis e a coisa pública.
Nos últimos tempos, em especial nos últimos dias, a imprensa noticiou que haveria interesse na barganha dos votos de membros da base governista no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Em troca, haveria o arquivamento dos pedidos de impeachment. Eu jamais aceitaria ou concordaria com quaisquer tipos de barganha, muito menos aquelas que atentam contra o livre funcionamento das instituições democráticas do meu País, bloqueiam a Justiça ou ofendam os princípios morais e éticos que devem governar a vida pública.
Tenho convicção e absoluta tranquilidade quanto à improcedência desse pedido, bem como quanto ao seu justo arquivamento. Não podemos deixar as conveniências e os interesses indefensáveis abalarem a democracia e a estabilidade de nosso País. Devemos ter tranquilidade e confiar nas nossas instituições e no Estado Democrático de Direito.
Obrigada a todos vocês e muito boa noite".
São Paulo - Em curto pronunciamento realizado no início da noite de hoje, a presidente Dilma Rousseff afirmou que recebeu com "indignação" a decisão de Eduardo Cunha de acatar o pedido de impeachment contra ela.
"São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentaram esse pedido", afirmou a presidente.
"Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público, não possuo conta no exterior", afirmou a presidente em uma clara referência às suspeitas que pairam contra o Eduardo Cunha.
E prosseguiu: "Nunca coagi, ou tentei coagir instituições ou pessoas na busca de satisfazer meus interesses. Meu passado e meu presente atestam a minha idoneidade e meu inquestionável compromisso com as leis e com a coisa pública".
Impeachment
No final da tarde hoje, o presidente da Câmara Eduardo Cunha anunciou o acolhimento do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O documento foi protocolado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal no último dia 21 de outubro.
A decisão aconteceu algumas horas depois que a bancada do PT na Câmara optou por votar pelo prosseguimento do processo de cassação do mandato de Eduardo Cunha, que é acusado de quebra de decoro parlamentar por supostamente mentir na CPI da Petrobras sobre a titularidade de contas na Suíça.
Veja abaixo o discurso na íntegra:
"Bom, boa noite a todos. Eu dirijo, agora, uma palavra de esclarecimento a todas as brasileiras e a todos os brasileiros.
No dia de hoje, vocês viram, foi aprovado pelo Congresso Nacional o Projeto de Lei que atualiza a meta fiscal, permitindo a continuidade dos serviços públicos fundamentais para todos os brasileiros.
Ainda hoje, eu recebi com indignação a decisão do senhor presidente da Câmara dos Deputados de processar pedido de impeachment contra mandato democraticamente conferido a mim pelo povo brasileiro. São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentam este pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim. Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público. Não possuo conta no exterior, nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais. Nunca coagi ou tentei coagir instituições ou pessoas, na busca de satisfazer meus interesses. Meu passado e meu presente atestam a minha idoneidade e meu inquestionável compromisso com as leis e a coisa pública.
Nos últimos tempos, em especial nos últimos dias, a imprensa noticiou que haveria interesse na barganha dos votos de membros da base governista no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Em troca, haveria o arquivamento dos pedidos de impeachment. Eu jamais aceitaria ou concordaria com quaisquer tipos de barganha, muito menos aquelas que atentam contra o livre funcionamento das instituições democráticas do meu País, bloqueiam a Justiça ou ofendam os princípios morais e éticos que devem governar a vida pública.
Tenho convicção e absoluta tranquilidade quanto à improcedência desse pedido, bem como quanto ao seu justo arquivamento. Não podemos deixar as conveniências e os interesses indefensáveis abalarem a democracia e a estabilidade de nosso País. Devemos ter tranquilidade e confiar nas nossas instituições e no Estado Democrático de Direito.
Obrigada a todos vocês e muito boa noite".