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Diante de desafios, governo Temer procura marca para a gestão

Avalista de uma agenda polêmica, o presidente encomendou programas para dar uma cara mais social ao governo

Michel Temer: o presidente tenta convencer a população de que está no rumo certo para debelar a crise (Agência Brasil/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de maio de 2017 às 14h28.

Última atualização em 12 de maio de 2017 às 14h29.

Brasília - Sustentado por uma aliança de 14 partidos, o presidente Michel Temer completa nesta sexta-feira, 12, um ano no governo, à procura de uma marca para sua gestão.

Com apoio no Congresso, mas anemia nas pesquisas que medem a popularidade, Temer enfrenta o desafio de atravessar as investigações da Lava Jato sem perder os principais nomes da equipe, além de reduzir o desemprego e de reformar a Previdência.

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Avalista de uma agenda polêmica, que tem como prioridade mudanças na aposentadoria e na lei trabalhista, o presidente encomendou programas para dar uma cara mais social ao governo.

Desde o impeachment de Dilma Rousseff, Temer tenta convencer a população de que está no rumo certo para debelar a crise. A estratégia inclui o PMDB, que promove pesquisas para detectar as aflições da sociedade e traçar o perfil ideal de um candidato ao Palácio do Planalto, em 2018.

"Todos os partidos tradicionais terão grande perda nas próximas eleições", disse ao Estado o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Para ele, apesar das dificuldades, Temer conseguiu recuperar a confiança do mercado. "Pegamos a maior crise econômica da história. Logo que o desemprego estiver em queda, a partir do terceiro trimestre, haverá o reconhecimento do acerto do governo."

Delações

Padilha é um dos oito ministros que aparecem nas delações da Odebrecht. Comanda a articulação política e os principais programas passam por seu crivo. Quando o assunto é Lava Jato, porém, ele adota o silêncio.

Pela linha de corte estabelecida por Temer, ministros denunciados pelo Ministério Público serão afastados e, se virarem réus, demitidos. A saída foi planejada levando em conta a tradicional morosidade da Justiça.

Na atual composição da equipe, 20 dos 28 titulares vieram do Legislativo. Apesar de ter maioria no Congresso, o Planalto teme novas traições e orientou os partidos aliados a enquadrarem suas bancadas, fechando questão a favor da reforma da Previdência. A lista deverá ser puxada pelo PMDB, mesmo com a contrariedade do líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL).

"É possível fazer a atualização de leis sem que haja imposição do capitalismo selvagem", disse ele. "Nós caminhamos para uma convulsão social e queremos novas eleições", afirmou a líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PR).

Os protestos, porém, não abalam o governo. Se antes o processo no Tribunal Superior Eleitoral que pede a cassação da chapa Dilma-Temer era motivo de preocupação, hoje não parece mais representar ameaça ao presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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