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Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2014 às 09h58.
O desmatamento na Amazônia Legal chegou a 402 km² em setembro de 2014 - um aumento de 290% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando foram desmatados 103 km².
O monitoramento foi feito pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), da organização de pesquisa Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de Belém (PA).
De acordo com o boletim publicado pelo Imazon e revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, a perda florestal acumulada no período de agosto a setembro de 2014 - que corresponde aos dois primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento - chegou a 838 km².
O aumento foi de 191% em relação ao período de agosto a setembro de 2013, quando foram desmatados 288 km².
Em setembro de 2014, o monitoramento foi realizado em 93% do território da Amazônia Legal. Por causa da cobertura de nuvens, em setembro do ano anterior o monitoramento abrangia 79% do território.
Segundo boletim, 59% do desmatamento detectado em setembro de 2014 foi registrado em áreas privadas. O restante foi registrado em assentamentos de reforma agrária (20%), Unidades de Conservação (19%) e terras indígenas (2%).
Rondônia foi o Estado mais afetado pelo desmatamento, com o registro de um terço de toda a derrubada de árvores apontada pelo Imazon. O restante se distribuiu entre Pará (23%), Mato Grosso (18%), Amazonas (12%), Acre (10%), Roraima (4%) e Tocantins (1%).
Os municípios que mais desmataram foram Nova Mamoré (RO), Novo Progresso (PA) e Colniza (MT), respectivamente com 53,1 km², 30,1 km² e 25,5km² de floresta derrubada.
Além dos dados sobre corte raso na mata, o Imazon divulgou também números sobre a degradação florestal - áreas onde a floresta não foi inteiramente suprimida, mas foi intensamente explorada ou atingida por queimadas.
Em setembro, as florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 624 km². Em relação a setembro de 2013 houve um aumento de 3.797%, quando a degradação florestal somou apenas 16 km².
Sistemas paralelos
O SAD emprega imagens dos mesmos sensor e satélite utilizados pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que fornece ao governo federal informações sobre novas áreas de desmatamento na Amazônia.
Entretanto, as metodologias usadas pelo Imazon e pelo Inpe são diferentes. Os dados de desmatamento do Deter para setembro ainda não foram divulgados pelo governo federal.
Além do Deter, que monitora o desmatamento em tempo real, o Inpe opera o sistema Degrad, que mapeia áreas expostas à degradação florestal, e o sistema Prodes, que tem resolução maior e fornece ao governo as taxas anuais oficiais de desmatamento na Amazônia Legal.
Segundo os dados do Prodes, entre agosto de 2012 e julho de 2013, foram devastados 5.891 km²: 29% a mais que no período anterior de 12 meses. O Degrad detectou que a área degradada caiu de 8,6 mil km², em 2012, para 5,4 mil km² em 2013.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.