Desmatamento da Mata Atlântica avança 9%
Levantamento fornece um ranking de desmatamento com os dados mais recentes sobre a situação
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 07h43.
São Paulo - O desmatamento da Mata Atlântica aumentou 9% no Brasil em 2012 e 2013, em comparação com os dois anos anteriores, de acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Um levantamento, divulgado ontem (17), fornece um ranking de desmatamento com os dados mais recentes sobre a situação em todos os 3.429 municípios com o bioma.
O município de Manoel Emídio, no Piauí, lidera o ranking, com 3.134 hectares devastados. Dos dez municípios que mais destruíram a Mata Atlântica no período, cinco estão em Minas - Estado que liderou o ranking por cinco anos consecutivos, de acordo com o estudo.
Segundo Marcia Hirota, diretora da SOS Mata Atlântica, além do ranking de desmatamento, o relatório "Atlas dos Municípios da Mata Atlântica" traz também informações sobre os municípios que mais perderam floresta nativa nos últimos 13 anos e revela lugares mais conservados.
"O objetivo é levar informação às autoridades locais, às prefeituras, ao Ministério Público e ao cidadão, que pode contribuir denunciando o desmatamento", disse. Ela ressalta que os municípios da Mata Atlântica se distribuem por 17 Estados e concentram 145 milhões de habitantes.
De acordo com o relatório, os municípios paulistas que mais desmataram foram Ribeirão Pires (21 hectares), Apiaí (20 hectares) e Suzano (18 hectares).
Os mais conservados são Ubatuba, Ilhabela - ambos com 86% da área de vegetação natural preservada - e São Sebastião, com 85%. Entre os principais desmatadores, o segundo lugar também ficou com o Piauí: a cidade de Alvorada do Gurguéia desmatou 2.491 hectares.
Além dos dois municípios com mais desmatamento no País - Manoel Emídio e Alvorada do Gurguéia -, o Piauí tem também os dois municípios mais conservados, Tamboril e Guaribas, com 96% da vegetação original.
Em terceiro e quarto lugares no ranking dos que mais desmataram estão os municípios mineiros de Águas Vermelhas e Ponto dos Volantes, com 843 e 720 hectares de floresta suprimida, respectivamente em 2012 e 2013.
Mas Minas Gerais também tem os dois municípios mais conservados do Sudeste, Santana de Pirapama e Buenópolis, ambos com 88% da vegetação natural intacta.
No período entre 2000 e 2013, as cidades mineiras de Jequitinhonha, com 8.685 hectares de vegetação suprimida, e Águas Vermelhas, com 6.231 hectares, foram as campeãs nacionais de devastação da Mata Atlântica.
Os dados para o estudo foram obtidos a partir de imagens geradas pelo sensor OLI, do satélite Landsat 8, com o monitoramento de remanescentes florestais em áreas maiores do que três hectares.
O Atlas da Mata Atlântica monitora o bioma há 28 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
De um lado, aparecem os ruralistas sedentos por mudar a legislação ambiental afirmando que o Código é coisa só do Brasil e que atrapalha o desenvolvimento do agronegócio e, consequentemente, do país. De outro, os ambientalistas também abraçam a ideia (e com orgulho) de que as leis florestais são, sim, invenção nacional e devem permanecer intocadas.
O estudo conclui que o Código, em exame no Senado, está longe de ser uma prerrogativa nacional, já que outras nações no mundo adotam leis rígidas de proteção florestal. Confira a seguir
Atualmente, a cobertura florestal corresponde a 69% do território do país. A conversão da floresta para outros usos é apenas permitida em circunstâncias excepcionais.
O Conselho Regional Florestal pode multar o proprietário caso ele negligencie sua responsabilidade com a recuperação da área que sofreu o corte e a manutenção da diversidade biológica nas florestas deve fazer parte dos planos de manejo florestal.
O Código Florestal japonês não permite a conversão da floresta – tanto as estatais como as privadas – exceto em circunstâncias excepcionais. No Japão, os proprietários de áreas florestais podem receber subvenções, empréstimos a juros baixos e um tratamento fiscal favorável em troca de observar as práticas de gerenciamento específicas da terra, por limitações no uso de terras privadas e por plantar de árvores.
Para se ter uma ideia, entre 1990 e 2010, a área florestal chinesa aumentou de 157 milhões de hectares para 261 milhões de hectares, o corresponde a 22% da área total de seu território. Todas as florestas são propriedade do Estado, que é responsável também pela supervisão do setor.
Em geral, a lei florestal chinesa afirma que as florestas não devem ser supridas para mineração ou projetos de infraestrutura. Caso tais atividades sejam necessárias, quem deseja fazer a supressão florestal deve obter aprovação e precisa pagar uma taxa de restauração florestal.
Com raras exceções, é ilegal derrubar árvores sem a aprovação prévia da Comissão Florestal e as pessoas que infringem a lei são processadas e multadas.A conversão da floresta para a agricultura não é permitida, exceto em circunstâncias excepcionais. Sua conversão para infraestrutura apenas é permitida quando tiver sido demonstrado que não há alternativa razoáveis.
Desde 1950 há um forte apoio do governo para incentivar proprietários de terras a plantar florestas. A grande maioria dos proprietários privados de florestas do Reino Unido recebe subsídios para alguns aspectos do manejo florestal. No início, esses subsídios focavam na recriação de estoques madeireiros e na produtividade comercial. Recentemente, o foco mudou para a conservação da biodiversidade, acesso e restauração da paisagem.
Já o manejo das florestas americanas em terras privadas é geralmente controlado pelas federações e varia entre cada um dos estados. Há uma série de incentivos para o reflorestamento. Por exemplo, na Virgínia, existe um programa para reduzir os custos do reflorestamento.
O departamento florestal estadual dá incentivos financeiros a proprietários com projetos de reflorestamento aprovados pelo órgão. Eles recebem entre 22 dólares e 48 dólares por hectare para financiar o replantio de espécies nativas madeireiras. Os projetos devem ser mantidos por dez anos, e os custos compartilhados pelo governo não podem exceder 75% do custo total do projeto.
A Política Florestal de 1952 reconheceu o papel protetor das florestas e afirmou que a Índia deve procurar ter no mínimo um terço de sua área total ocupada por florestas. A proteção legal das florestas está contemplada na Lei Florestal da Índia de 1927. Além disso, os Estados subnacionais também têm o poder de aprovar leis florestais.
No entanto, um decreto presidencial recente coloca uma moratória sobre a emissão de novos desmatamentos até que um novo plano de uso do solo seja definido. A Indonésia tem um sistema estabelecido há muito tempo para coletar as receitas de empresas madeireiras e contribuir para um esquema de replantio após a exploração da madeira. Estima-se que o governo, que é quem gere o fundo, detenha 1 bilhão de dólares de fundos não gastos.
De acordo com o Programa Nacional de Expansão das Florestas, a meta é aumentar a cobertura florestal da Polônia para 33% em 2050. A conversão da floresta para a agricultura não é permitida, exceto em circunstâncias excepcionais. Sua conversão para infraestrutura apenas é permitida quando tiver sido demonstrado que não há alternativa razoável.