Alexandre de Moraes impõe novas condições para o retorno da plataforma X (Getty Images)
Redatora
Publicado em 27 de setembro de 2024 às 20h25.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira, 27, que o X só voltará ao ar se pagar uma multa de R$ 10 milhões, entre outras obrigações.
Na decisão, o ministro estabeleceu três novos requisitos para a volta da plataforma:
Na quinta-feira, o X informou ao STF que havia cumprido as determinações estabelecidas por Moraes para que voltasse a funcionar e, assim, pediu o desbloqueio da plataforma no país.
De acordo com a empresa, os requisitos detetminados pelo ministro para o restabelecimento do serviço foram cumpridos. São eles:
Os advogados do X afirmam que a petição oferece o "integral cumprimento" das determinações de Moraes. A petição é assinada pelos advogados Fabiano Robalinho Cavalcanti, Caetano Berenguer, André Zonaro Giacchetta, Daniela Seadi Kessler e Sérgio Rosenthal.
A lista de contas suspensas inclui o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e o blogueiro bolsonarista Ed Raposo. Também foram suspensas as contas da advogada Paola Silva Daniel, mulher do ex-deputado Daniel Silveira, e do comentarista Paulo Figueiredo Filho, que teve dois perfis bloqueados. Eles são alvos de diferentes investigações no STF.
Outras contas bloqueadas incluem a filha do blogueiro Oswaldo Eustáquio, o pastor Josias Pereira, e Cláudio Luz e Sergio Fischer. Anteriormente, as decisões judiciais de suspensão dessas contas haviam sido descumpridas.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Polícia Federal (PF) entregaram ao STF relatórios sobre o acesso à rede social X após o bloqueio. Na semana passada, com a mudança de endereço eletrônico pela própria plataforma, o X ficou acessível por um curto período no Brasil. A Anatel informou que o bloqueio foi totalmente retomado pelas operadoras notificadas.
A PF também relatou ao STF as medidas adotadas para identificar acessos irregulares à plataforma, conforme a decisão de Moraes. A identificação de usuários irregulares foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizada por Moraes no último dia 16.
A PGR solicitou ao STF que a PF investigasse acessos ao X, definindo quais condutas devem ser apuradas e eventualmente punidas. Estão no foco da investigação os usuários que continuam fazendo postagens com discurso de ódio, propagando fake news, ou afetando as eleições.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que acessar a plataforma banida para postar conteúdos contra a liberdade de expressão e o regime democrático configura fraude à decisão do STF. “A situação indica a necessidade de monitoramento pela Polícia Federal desses casos extremados, para que o usuário seja notificado da decisão da Corte e, caso mantenha ou reitere o comportamento, a multa referida no acórdão seja aplicada”, concluiu o procurador.