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Desarmamento é coisa de "democratas" como Hitler e Lula, diz Eduardo

Discurso do deputado e filho do presidente ainda teve momentos de ataques aos direitos humanos, imprensa e a "ditadura do politicamente correto"

Eduardo Bolsonaro: deputado saiu em defesa da posse de armas em discurso no IPCO (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Eduardo Bolsonaro: deputado saiu em defesa da posse de armas em discurso no IPCO (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de maio de 2019 às 09h38.

São Paulo - Embora tenha admitido "não ter tido tempo para se aprofundar" no decreto assinado pelo seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) discursou nessa quinta-feira (9), em defesa do direito a posse de armas durante um encontro promovido pelo Instituto Plínio Corrêa de Oliveira (IPCO) - entidade que nasceu de dentro da Tradição, Família e Propriedade (TFP) e que se define como uma associação criada para "preservar a Civilização Cristã".

"A revolução Cultural, o governo Bolsonaro e a legítima defesa" foi o tema do fórum realizado no Club Homs, na Avenida Paulista, que reuniuapoiadores da monarquia, bolsonaristas e membros do IPCO. Pelo salão, garotos com uma faixa dourada no peito ajudavam os cerca de 600 convidados a se situarem e os convidavam a comprarem livros, broches ou bonés do instituto em uma loja improvisada.

Além do deputado, estavam presentes o Príncipe Imperial Dom Bertrand de Orleans e Bragança; e o coronel Jairo Paes de Lira, ex-comandante metropolitano da PM de São Paulo e presidente da Associação Brasileira Pela Legítima Defesa. No mesmo palco, uma imagem de Nossa Senhora de Fátima acompanhou tudo impassível.

Declarando-se inquieto, Bolsonaro pediu licença aos demais participantes da mesa para "falar em pé". Deu-se então uma espécie de "stand-up" em defesa da posse e porte de armas. Em sua fala, o deputado disse, por exemplo, ser "mais difícil dirigir um carro do que usar uma arma de fogo".

Além disso, comentou aquilo que chamou de "acadelamento" da sociedade. Segundo ele, o desarmamento fez com que o cidadão terceirizasse suas responsabilidades para os outros. "Como se fosse papel do governo defender todas as pessoas. Não é papel da polícia defender a sua casa quando alguém entra lá. Obviamente ela vai ser acionada e vai fazer o melhor de si. Então, quando alguém entra na sua casa, o primeiro responsável pelo combate é você."

Na mesma toada, o deputado foi irônico ao dizer que a ideia de desarmar a população viria de "democratas" como Hitler, Fidel Castro, Nicolás Maduro e Luís Inácio Lula da Silva. Ele também disse que se morre tanto (e como porcos) em qualquer farol do País por conta do celular "porque o bandido só respeita o que ele teme".

O discurso ainda teve seus momentos de ataques aos direitos humanos, imprensa e a chamada "ditadura do politicamente correto" (que, segundo o deputado, nos obrigaria a chamar pessoas gordas de magras ou ser o moderno que beija os coleguinhas). Ele também deixou aberta a possibilidade do decreto, no futuro, avançar na liberação de outros calibres e de trazer outras conquistas para os donos de armas.

O deputado pediu o apoio dos presentes ao governo do pai. Ele foi aplaudido de forma entusiasmada pelos presentes.

Em sua intervenção, o coronel Paes de Lira também defendeu o decreto presidencial e disse que o desarmamento da população visava "emasculação do País" ao afastar as crianças e as novas gerações das armas de fogo.

O príncipe Dom Bertrand de Orleans foi breve em sua participação. Afirmou que Plínio Corrêa de Oliveira (primeiro presidente da TFP) estaria contente com o que estava sendo discutido no encontro. Ele também pontuou que o direito a defesa e a propriedade são direitos naturais dos seres humanos e não uma concessão do Estado.

No final, apesar da presença real, quem saiu coroado foi mesmo o deputado Eduardo Bolsonaro. Um séquito de fãs e eleitores, cercou-o para tirar fotos, selfies, gravar vídeos e pedir autógrafos. Uma mulher que estava próxima do tumulto ao redor do político afirmou que ele era um verdadeiro príncipe. Sorte Dom Bertrand não ter ouvido. Talvez se magoasse.

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