Presidente Dilma está na conferência Rio+20, no Rio de Janeiro (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2012 às 15h54.
Brasília - Quatro deputados do PSDB - Carlos Sampaio (SP), Vanderlei Macris (SP), Domingos Sávio (MG) e Fernando Francischini (PR) - apresentaram na quarta-feira à noite requerimento para convocar a presidente Dilma Rousseff para depor como testemunha na CPI do Cachoeira. A comissão abriu os trabalhos netaquinta-feira com mais de meia hora de atraso para votar requerimentos de convocação e pedidos de quebra de sigilos, entre eles dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
Na justificativa, os tucanos argumentam que a Delta Construções, envolvida nas investigações da Operação Monte Carlo, que prendeu o contraventor Carlinhos Cachoeira, doou R$ 1 milhão para a campanha da presidente da República. A empresa JBS, que pretendia comprar a empreiteira, também repassou outros R$ 12 milhões para a então candidata presidencial. "Fica claro, portanto, que as doações de campanha escondem interesses escusos", disseram os deputados do PSDB, que também querem convocar o ex-tesoureiro da campanha, o deputado federal José de Fillippi.
Nos bastidores, o pedido para convocar Dilma é um antídoto para impedir a convocação de pessoas ligadas ao PSDB, como Paulo Vieira, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa (empresa do estado responsável do Estado de São Paulo pela manutenção de obras). O ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) Luiz Antonio Pagot acusou-o de ter feito caixa dois para as campanhas dos tucanos José Serra (à presidência) e de Geraldo Alckmin (ao governo do Estado). Os petistas já haviam apresentado pedido para ouvir Serra, candidato do PSDB à prefeitura paulista.