Bandeira do movimento gay (Pedro Armestre/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2012 às 14h38.
São Paulo – A Comissão de Seguridade Social e Família promoveu uma audiência pública para debater a resolução do Conselho Federal de Psicologia que proíbe os profissionais da área de oferecerem tratamentos para “curar” homossexuais. A norma é de 1999, mas ainda causa polêmica entre setores religiosos de psicólogos e deputados.
A polêmica foi retomada na Câmara dos Deputados, onde tramita um projeto do deputado João Campos (PSDB-GO) que defende o fim da resolução – e agora a questão vem sendo debatida em audiências públicas. Os deputados Pastor Eurico (PSB-PE) e Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) criticaram a ausência de pessoas favoráveis aos tratamentos no debate que ocorreu ontem.
De acordo com informações da Agência Câmara de Notícias, o debate foi resposta à outra reunião na qual foi dado espaço às pessoas que acreditam em uma “cura” para homossexualidade.
Segundo a assessoria do deputado Pastor Eurico, o parlamentar não é a favor de "tratamento compulsório", mas acredita que os gays que buscarem tratamento “de forma voluntária” devem ter o direito de recebê-lo.
Os deputados não se consideram homofóbicos e defendem que, mesmo que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não considere homossexualidade uma doença, ela ainda pode ser tratada. “Não é que nem negro que nasce negro e não tem como mudar. ‘Homossexualismo’ pode ser mudado”, disse o pastor Feliciano.
Recentemente, o estado da Califórnia se tornou o primeiro dos Estados Unidos a abolir a aplicação de terapias de “conversão” de homossexuais. No Brasil, a norma do Conselho Federal de Psicologia já está em vigor há mais de dez anos.