Depoimento relaciona ex-presidente do PP à "lavanderia"
Pedro Corrêa é acusado de ir "algumas vezes" ao escritório do Posto da Torre, onde funcionava uma verdadeira "lavanderia" de caixa 2
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2014 às 13h53.
Curitiba - Ediel Viana, apontado como laranja do doleiro Carlos Habib Chater, afirmou em depoimento à Justiça Federal que o ex-deputado federal e ex-presidente do PP Pedro Corrêa - condenado no processo do mensalão - foi "algumas vezes" ao escritório do Posto da Torre, em Brasília, onde, conforme a investigação da Lava Jato , funcionava uma verdadeira "lavanderia" de caixa 2 e onde políticos retiravam dinheiro vivo.
Viana disse saber da relação do ex-deputado federal José Janene (PP-PR) - morto em 2010 -, seu ex-assessor João Claudio Genu e o doleiro Alberto Youssef com os negócios ilícitos no Posto da Torre, de propriedade de Chater.
Viana, Youssef e Chater são réus em uma das 10 ações penais da Lava Jato. O dono do posto é acusado de manter no local um verdadeiro "caixa de saques" de dinheiro vivo da propina para políticos.
O próprio doleiro, também delator da Lava Jato, confirmou ter usado o esquema para mandar dinheiro para políticos em Brasília, principalmente do PP.
"Esse (Pedro Corrêa) já esteve no posto algumas vezes", afirmou Viana, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, em Curitiba.
O magistrado quis saber dele o motivo das visitas de Pedro Corrêa ao escritório de Chater.
Viana disse que o ex-deputado "mantinha reuniões com Carlos Habib". "A partir desse momento, que teve algumas reuniões, começou a sair valores em cash", destacou.
Dono de empresas usadas para lavagem de dinheiro pelo doleiro, Ediel Viana afirmou aos procuradores da força-tarefa da Lava Jato que foi Chater quem informou que usaria sua conta para devolver dinheiro para Youssef. O dinheiro foi depositado em "cash".
Origem
As investigações envolvendo a movimentação financeira de José Janene e do doleiro dono do Posto da Torre na época do mensalão deram origem aos inquéritos da Lava Jato que levaram ao esquema montado por Youssef e pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa.
O Ministério Público Federal afirmou na denúncia contra Carlos Habib Chater e Ediel Viana que José Janene usou R$ 1,16 milhão do mensalão para investir em uma empresa de Londrina, no Paraná.
Desse montante, R$ 537,2 mil "são originários de transferências bancárias de contas de empresas controladas por Habib Chater".
As descobertas da Operação Lava Jato já levaram à prisão dois ex-diretores da estatal e executivos das maiores construtoras do País. Políticos que possuem foro privilegiado estão sendo citados nas delações premiadas.
Procurada, a defesa de Pedro Corrêa disse que não teve acesso ao teor do depoimento prestado por Viana e não quis fazer comentários. Os advogados de Chater e de Viana não foram localizados pela reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Curitiba - Ediel Viana, apontado como laranja do doleiro Carlos Habib Chater, afirmou em depoimento à Justiça Federal que o ex-deputado federal e ex-presidente do PP Pedro Corrêa - condenado no processo do mensalão - foi "algumas vezes" ao escritório do Posto da Torre, em Brasília, onde, conforme a investigação da Lava Jato , funcionava uma verdadeira "lavanderia" de caixa 2 e onde políticos retiravam dinheiro vivo.
Viana disse saber da relação do ex-deputado federal José Janene (PP-PR) - morto em 2010 -, seu ex-assessor João Claudio Genu e o doleiro Alberto Youssef com os negócios ilícitos no Posto da Torre, de propriedade de Chater.
Viana, Youssef e Chater são réus em uma das 10 ações penais da Lava Jato. O dono do posto é acusado de manter no local um verdadeiro "caixa de saques" de dinheiro vivo da propina para políticos.
O próprio doleiro, também delator da Lava Jato, confirmou ter usado o esquema para mandar dinheiro para políticos em Brasília, principalmente do PP.
"Esse (Pedro Corrêa) já esteve no posto algumas vezes", afirmou Viana, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, em Curitiba.
O magistrado quis saber dele o motivo das visitas de Pedro Corrêa ao escritório de Chater.
Viana disse que o ex-deputado "mantinha reuniões com Carlos Habib". "A partir desse momento, que teve algumas reuniões, começou a sair valores em cash", destacou.
Dono de empresas usadas para lavagem de dinheiro pelo doleiro, Ediel Viana afirmou aos procuradores da força-tarefa da Lava Jato que foi Chater quem informou que usaria sua conta para devolver dinheiro para Youssef. O dinheiro foi depositado em "cash".
Origem
As investigações envolvendo a movimentação financeira de José Janene e do doleiro dono do Posto da Torre na época do mensalão deram origem aos inquéritos da Lava Jato que levaram ao esquema montado por Youssef e pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa.
O Ministério Público Federal afirmou na denúncia contra Carlos Habib Chater e Ediel Viana que José Janene usou R$ 1,16 milhão do mensalão para investir em uma empresa de Londrina, no Paraná.
Desse montante, R$ 537,2 mil "são originários de transferências bancárias de contas de empresas controladas por Habib Chater".
As descobertas da Operação Lava Jato já levaram à prisão dois ex-diretores da estatal e executivos das maiores construtoras do País. Políticos que possuem foro privilegiado estão sendo citados nas delações premiadas.
Procurada, a defesa de Pedro Corrêa disse que não teve acesso ao teor do depoimento prestado por Viana e não quis fazer comentários. Os advogados de Chater e de Viana não foram localizados pela reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.