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Denúncia no Brasil pode afetar fusão nos EUA, diz NYT

Uma das companhias, a Biomet, é acusada de pagar propinas a médicos que trabalham para o governo brasileiro para conseguir vender equipamentos

Corrupção: legislação dos EUA favorece denúncias de corrupção em empresas (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2014 às 16h19.

Nova York - O pagamento de propinas no Brasil e no México pode afetar nos Estados Unidos uma fusão de US$ 13,3 bilhões entre duas empresas de equipamentos médicos, de acordo com o jornal The New York Times, que obteve documentos confidenciais das denúncias.

Uma das companhias, a Biomet, é acusada de pagar propinas a médicos que trabalham para o governo brasileiro para conseguir vender equipamentos.

No caso do Brasil, a denúncia foi feita por um delator anônimo por correio eletrônico.

A legislação dos EUA favorece denúncias de corrupção em empresas e premia o investidor com parte da multa que a companhia tem que pagar para a Justiça.

Em abril, a norte-americana Zimmer Holdings anunciou a compra da sua rival Biomet, em um negócio de US$ 13,3 bilhões.

As duas empresas fornecem equipamentos ortopédicos, cirúrgicos e odontológicos e têm sede no Estado de Indiana, nos EUA.

"Os rumos da fusão agora dependem em parte do resultado das investigações", afirma o Times, destacando que a Biomet é investigada pelo Departamento de Justiça e pela Securities and Exchange Commission (SEC, que regula o mercado de capitais norte-americano).

A multa a ser paga pela Biomet, destaca o jornal dos EUA, pode afetar o valor do negócio.

O Times lembra que o Departamento de Justiça anunciou nesta segunda-feira, 22, o maior acordo já feito envolvendo corrupção no exterior, o da francesa Alstom, que concordou em pagar US$ 772 milhões para resolver uma investigação de pagamento de propinas e subornos em vários países.

A Biomet já havia sido alvo de investigação pela Justiça dos EUA por um outro caso de pagamento de propina, em 2012, também envolvendo o Brasil.

Distribuidores da empresa foram acusados de pagar médicos do governo para que os órgãos públicos de saúde comprassem equipamentos da empresa.

Na ocasião, a Biomet cancelou os contratos com os distribuidores.

Em outubro de 2013, de acordo com o Times, uma denúncia anômica chegou aos EUA afirmando que o esquema continuava com outros distribuidores. No México, a acusação é de suborno de oficiais da alfândega para agilizar a importação de produtos.

A Biomet pertence a um grupo de investidores privados que inclui os fundos de private equity Blackstone Group, Kohlberg Kravis Roberts (KKR) e TPG Capital.

Na época do anúncio do negócio, a previsão era de que a operação entre as duas empresas fosse concluída no primeiro trimestre de 2015.

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Nova York - O pagamento de propinas no Brasil e no México pode afetar nos Estados Unidos uma fusão de US$ 13,3 bilhões entre duas empresas de equipamentos médicos, de acordo com o jornal The New York Times, que obteve documentos confidenciais das denúncias.

Uma das companhias, a Biomet, é acusada de pagar propinas a médicos que trabalham para o governo brasileiro para conseguir vender equipamentos.

No caso do Brasil, a denúncia foi feita por um delator anônimo por correio eletrônico.

A legislação dos EUA favorece denúncias de corrupção em empresas e premia o investidor com parte da multa que a companhia tem que pagar para a Justiça.

Em abril, a norte-americana Zimmer Holdings anunciou a compra da sua rival Biomet, em um negócio de US$ 13,3 bilhões.

As duas empresas fornecem equipamentos ortopédicos, cirúrgicos e odontológicos e têm sede no Estado de Indiana, nos EUA.

"Os rumos da fusão agora dependem em parte do resultado das investigações", afirma o Times, destacando que a Biomet é investigada pelo Departamento de Justiça e pela Securities and Exchange Commission (SEC, que regula o mercado de capitais norte-americano).

A multa a ser paga pela Biomet, destaca o jornal dos EUA, pode afetar o valor do negócio.

O Times lembra que o Departamento de Justiça anunciou nesta segunda-feira, 22, o maior acordo já feito envolvendo corrupção no exterior, o da francesa Alstom, que concordou em pagar US$ 772 milhões para resolver uma investigação de pagamento de propinas e subornos em vários países.

A Biomet já havia sido alvo de investigação pela Justiça dos EUA por um outro caso de pagamento de propina, em 2012, também envolvendo o Brasil.

Distribuidores da empresa foram acusados de pagar médicos do governo para que os órgãos públicos de saúde comprassem equipamentos da empresa.

Na ocasião, a Biomet cancelou os contratos com os distribuidores.

Em outubro de 2013, de acordo com o Times, uma denúncia anômica chegou aos EUA afirmando que o esquema continuava com outros distribuidores. No México, a acusação é de suborno de oficiais da alfândega para agilizar a importação de produtos.

A Biomet pertence a um grupo de investidores privados que inclui os fundos de private equity Blackstone Group, Kohlberg Kravis Roberts (KKR) e TPG Capital.

Na época do anúncio do negócio, a previsão era de que a operação entre as duas empresas fosse concluída no primeiro trimestre de 2015.

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