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Delcídio diz que Palocci negociou para beneficiar campanhas

Delcídio prestou depoimento como testemunha de acusação na ação penal que investiga o ex-ministro, Marcelo Odebrecht e mais 13 pessoas

Palocci: segundo Delcídio, Palocci teria uma influência muito grande entre o empresariado (REUTERS/Rodolfo Buhrer/Reuters)
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Agência Brasil

Publicado em 3 de fevereiro de 2017 às 23h12.

Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro nesta sexta-feira (3), o senador cassado Delcídio do Amaral voltou a acusar o ex-ministro Antônio Palocci de fazer a ponte entre os interesses do governo, à época da gestão petista, e os empresários para beneficiar campanhas políticas.

Delcídio prestou depoimento como testemunha de acusação na ação penal que investiga o ex-ministro, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e mais 13 pessoas. Eles foram denunciados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

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Segundo Delcídio, Palocci teria uma influência muito grande entre o empresariado. "O ex-ministro Palocci transitava muito bem entre os empresários. Ele era a pessoa que fazia contatos com os empresários."

Questionado pela defesa do ex-ministro se acompanhou negociações entre Palocci e os empresários para arrecadar recursos para campanhas políticas, afirmou: "eu não participava dessa 'entorragem', mas eu tinha as informações necessárias para compreender o papel do ex-ministro Palocci na arrecadação de recursos nas campanhas".

Segundo o advogado de Palocci, José Roberto Batochio, o senador cassado não trouxe provas que incriminem o ex-ministro.

"O senador Delcídio disse que tudo o que ele sabia não tinha presenciado nada. Disse que tudo o que falou ele ouviu dizer de terceiros. Então estamos numa situação do 'disse que me disse', do 'será que pode ser'. Isso não é prova. De modo que acabada a prova do Ministério Público Federal, o saldo incriminatório é igual a zero. Para condenar, vai ter que fazer muita força. Terá que fazer um 'salto triplo carpado com twist'".

Também prestaram depoimento na tarde desta sexta-feira (3), o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e o engenheiro Zwi Skornicki.

Os dois negaram ter tratado de pagamento de propina com Palocci.

Quando Barusco detalhava o repasse de propina no esquema de corrupção da estatal, Sérgio Moro perguntou se ele tinha conhecimento da participação de Palocci nas atividades, o ex-gerente disse: "não tenho conhecimento. Eu sei que o João Ferraz [ex-diretor presidente da empresa Sete Brasil] conversava com ele. Sei que eles se reuniam, mas não sei qual era a agenda desses encontros. Eles se reuniram mais de uma vez, mas não era uma coisa frequente".

De acordo a denúncia do Ministério Público Federal, Palocci e a construtora Odebrecht teriam estabelecido um "amplo e permanente esquema de corrupção" entre 2006 e 2015.

O esquema envolveria o pagamento de propina ao PT. Os procuradores do MPF afirmam que o ex-ministro teria atuado de modo a garantir que a empreiteira vencesse licitação da Petrobras para a contratação de 21 sondas, mas a defesa de Palocci nega as acusações.

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