Exame Logo

Delcídio confessa ter recebido US$ 1 mi de Pasadena

O petista relatou que, após derrota na disputa pelo Governo do Mato Grosso do Sul, em 2006, recorreu a Cerveró para obter recursos de fornecedores da estatal

Delcídio Amaral: o petista relatou que, após ser derrotado na disputa pelo Governo do Mato Grosso do Sul, em 2006, recorreu a Cerveró e Renato Duque para obter recursos de fornecedores da estatal (Jefferson Rudy/ Agência Senado)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de março de 2016 às 14h06.

Brasília - Em depoimento de delação premiada, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) confessou ter recebido US$ 1 milhão em propina para pagar dívidas de campanha.

O dinheiro era fruto da compra, pela Petrobras , da Refinaria de Pasadena , no Texas (EUA), e foi repassado pelo então diretor Internacional da companhia, Nestor Cerveró, atualmente preso pela Operação Lava Jato .

Ao saber do montante de suborno movimentado pelo então dirigente da estatal, o petista se disse "estupefato".

O petista relatou que, após ser derrotado na disputa pelo Governo do Mato Grosso do Sul, em 2006, recorreu a Cerveró e Renato Duque, então diretor de Serviços, hoje também preso na Lava Jato, para obter recursos de fornecedores da estatal.

A campanha havia se encerrado com um rombo de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões.

Ele explicou que, enquanto não recebia retorno dos dirigentes da companhia, recorreu ao ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Bezoini, e o PT assumiu parte dos débitos.

A ajuda para pagar outra parcela veio de Cerveró, que o avisou de que Fernando Baiano, operador de propinas na companhia, o procuraria para repassar US$ 1 milhão em espécie.

"O depoente soube, posteriormente, que a origem desses recursos teria advindo de propinas pagas a partir da compra da Refinaria de Pasadena, no valor global de US$ 15 milhões.

O depoente sabia que Cerveró arrecadava dinheiro, a titulo de propina, para o PMDB do Senado", diz trecho do depoimento de delação transcrito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os recursos, explicou, foram usados para quitar dívidas com fornecedores de campanha e não contabilizados. "O depoente sabe que, sendo doação oficial de campanha ou não, o valor destinado seria oriundo de propina.

Concorda que o pedido que realizou a Cerveró e a Duque foi errado. Reconhece esse erro", diz transcrição do depoimento Delcídio. Ele contou não saber do montante de propina movimentado por Cerveró. "Quando obteve tal conhecimento, ficou estupefato", diz o documento.

Para receber os recursos de Cerveró, Delcídio enviou um de seus amigos, Alberto Godinho. No depoimento, ele ressaltou, contudo, que o emissário não sabia da origem do dinheiro.

O petista também citou possível pagamento de propina na compra da Refinaria de Okinawa, no Japão, por US$ 72 milhões. "O depoente acredita que o mesmo esquema de pagamento de propinas, já investigado no Caso Lava lato, repetiu-se durante a compra de Okinawa. Os desenvolvedores do projeto de compra foram Cerveró e a equipe comandada por ele", diz trecho do depoimento transcrito pela PGR.

Veja também

Brasília - Em depoimento de delação premiada, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) confessou ter recebido US$ 1 milhão em propina para pagar dívidas de campanha.

O dinheiro era fruto da compra, pela Petrobras , da Refinaria de Pasadena , no Texas (EUA), e foi repassado pelo então diretor Internacional da companhia, Nestor Cerveró, atualmente preso pela Operação Lava Jato .

Ao saber do montante de suborno movimentado pelo então dirigente da estatal, o petista se disse "estupefato".

O petista relatou que, após ser derrotado na disputa pelo Governo do Mato Grosso do Sul, em 2006, recorreu a Cerveró e Renato Duque, então diretor de Serviços, hoje também preso na Lava Jato, para obter recursos de fornecedores da estatal.

A campanha havia se encerrado com um rombo de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões.

Ele explicou que, enquanto não recebia retorno dos dirigentes da companhia, recorreu ao ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Bezoini, e o PT assumiu parte dos débitos.

A ajuda para pagar outra parcela veio de Cerveró, que o avisou de que Fernando Baiano, operador de propinas na companhia, o procuraria para repassar US$ 1 milhão em espécie.

"O depoente soube, posteriormente, que a origem desses recursos teria advindo de propinas pagas a partir da compra da Refinaria de Pasadena, no valor global de US$ 15 milhões.

O depoente sabia que Cerveró arrecadava dinheiro, a titulo de propina, para o PMDB do Senado", diz trecho do depoimento de delação transcrito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os recursos, explicou, foram usados para quitar dívidas com fornecedores de campanha e não contabilizados. "O depoente sabe que, sendo doação oficial de campanha ou não, o valor destinado seria oriundo de propina.

Concorda que o pedido que realizou a Cerveró e a Duque foi errado. Reconhece esse erro", diz transcrição do depoimento Delcídio. Ele contou não saber do montante de propina movimentado por Cerveró. "Quando obteve tal conhecimento, ficou estupefato", diz o documento.

Para receber os recursos de Cerveró, Delcídio enviou um de seus amigos, Alberto Godinho. No depoimento, ele ressaltou, contudo, que o emissário não sabia da origem do dinheiro.

O petista também citou possível pagamento de propina na compra da Refinaria de Okinawa, no Japão, por US$ 72 milhões. "O depoente acredita que o mesmo esquema de pagamento de propinas, já investigado no Caso Lava lato, repetiu-se durante a compra de Okinawa. Os desenvolvedores do projeto de compra foram Cerveró e a equipe comandada por ele", diz trecho do depoimento transcrito pela PGR.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCaso PasadenaCombustíveisCorrupçãoDelcídio do AmaralEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesIndústria do petróleoOperação Lava JatoPetrobrasPetróleo

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame