Senador Eunício Oliveira: de acordo com o delator, os pagamentos foram feitos por meio de contratos fictícios (Antônio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2016 às 22h52.
O ex-diretor da Hypermarcas Nelson José de Mello disse em depoimento de delação premiada que pagou R$ 5 milhões em despesas de campanha do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) para o governo do estado em 2014.
De acordo com o delator, os pagamentos foram feitos por meio de contratos fictícios, operados pelo empresário Milton Lira, alvo de um dos mandados de busca e apreensão da Operação Sépsis, nova fase da Operação Lava Jato deflagrada nesta sexta-feira (1º).
No depoimento, Mello relatou que o lobista lhe informou que foi procurado por um sobrinho de Eunício Oliveira, chamado Ricardo, que pediu ajuda para a campanha eleitoral do tio. Devido à “posição do senador”, o delator concordou em fazer o repasse.
“Que pagou despesas de empresas que prestava serviços à campanha de Eunício Oliveira; que ajudou mediante contratos fictícios; que o contrato foi no montante de R$ 3,350 milhões; que tratou com a esposa de uma pessoa que cuidava da campanha de marketing do governador, de Salvador, que são sócias de direito de duas empresas; que essas empresas não tinham capital social suficiente para o pagamento; que ao final se providenciou uma nova nota fiscal para totalizar R$ 5 milhões.”, diz trecho do depoimento.
Segundo o delator, Milton Lira era um lobista “respeitado e tinha prestígio entre os senadores” e pedia contribuições para ajudar “amigos que teriam despesas de atividades políticas”, sem citar diretamente nome de políticos.
O advogado Antônio Carlos Almeida Castro, representante do senador, disse que todos os recursos da campanha foram declarados e que o sobrinho de Eunício não conhece Milton Lira. A Agência Brasil não conseguiu localizar a defesa do lobista Milton Lira.