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Defesa pede que Moro reconsidere a ordem de prisão contra Bendine

A defesa alega que o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, preso hoje (27), vai "colaborar com o esclarecimento de qualquer questão"

Defesa: "Não há dúvidas que a liberdade de Bendine nunca colocou em risco a colheita da prova" (Nacho Doce/Reuters/Reuters)

Defesa: "Não há dúvidas que a liberdade de Bendine nunca colocou em risco a colheita da prova" (Nacho Doce/Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de julho de 2017 às 19h32.

São Paulo - Por meio de seus advogados, o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine - preso nesta quinta-feira, 27, na Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato -, pediu ao juiz Sérgio Moro reconsideração da ordem de prisão temporária.

A defesa alega que Bendine vai "colaborar com o esclarecimento de qualquer questão".

Os advogados de Bendine - criminalistas Pierpaolo Bottini e Cláudia Vara San Juan Araújo - informaram Moro que no dia 7 de julho entregaram petição à Procuradoria da República em que o ex-presidente da Petrobras abriu espontaneamente seu sigilo bancário e fiscal, disponibilizando as cópias de suas Declarações de Imposto de Renda Pessoa Física referentes aos anos de 2011 a 2016.

Também disponibilizou extratos e demonstrativos bancários dos últimos cinco anos.

"Não há dúvidas que a liberdade de Bendine nunca colocou em risco a colheita da prova; ao contrário, ele sempre pretendeu prestar os esclarecimentos sobre os fatos e contribuir com as investigações, de forma que sua liberdade não apresenta risco à instrução penal", pondera Pierpaolo Bottini.

A defesa afirma que no comando da estatal petrolífera, Bendine empreendeu "importantes mudanças na governança da Companhia, com a criação de um rígido e sólido programa de compliance, antes inexistente e, ainda, com a realização de sensíveis alterações na forma de tomada de decisões: foram abolidas as deliberações individuais, passando-se a priorizar-se as decisões colegiadas, em camadas e por alçadas, a exemplo do que ocorria no Banco do Brasil durante sua gestão".

A defesa sugere que o suposto rigor de Bendine atingiu inclusive a Odebrecht, cujo ex-presidente é um dos delatores do ex-mandatário da Petrobras.

"Nota-se que a política de Bendine à frente da estatal pautou-se pela rigidez, em especial em relação ao Grupo Odebrecht."

Os advogados entregaram a Moro cópia da passagem de volta de Bendine de Portugal.

O Ministério Público Federal alegou que, por meio da quebra de sigilo de e-mails do alvo principal da Operação Cobra, descobriu-se que ele havia comprado passagem só de ida a Lisboa, marcada para esta sexta-feira, 28.

O bilhete entregue pela defesa mostra que ele pretendia retornar ao Brasil no dia 18 de agosto.

"Sua (de Bendine) liberdade em nada compromete as investigações ou a colheita da prova do inquérito policial", sustentam Pierpaolo Bottini e Cláudia Vara San Juan Araújo.

"Ele prestará seu depoimento e esclarecerá à autoridade policial tudo quanto for perguntado."

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