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Defesa de Yunes pede liberdade e alega saúde fragilizada e idade avançada

De acordo com os advogados, o amigo de Temer "é primário, ostenta ótimos antecedentes, está com 81 anos de idade e passa por sérias complicações de saúde"

PF: José Yunes foi preso pela na Operação Skala, que investiga irregularidades no Decreto dos Portos, assinado pelo presidente Michel Temer em 2017 (Polícia Federal/Divulgação)

PF: José Yunes foi preso pela na Operação Skala, que investiga irregularidades no Decreto dos Portos, assinado pelo presidente Michel Temer em 2017 (Polícia Federal/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de março de 2018 às 18h34.

Brasíia - A defesa do empresário José Yunes, amigo do presidente Michel Temer (MDB), protocolou na tarde quinta-feira, 29, no gabinete do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), pedido de revogação da prisão temporária ou concessão de regime domiciliar sob a alegação de saúde fragilizada e idade avançada.

José Yunes foi preso pela manhã na Operação Skala, que investiga irregularidades no Decreto dos Portos, e prestou depoimento na Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo.

"Mesmo já tendo, em três oportunidades distintas, prestado declarações nos autos principais, o requerente (José Yunes) foi surpreendido, na data de hoje, com uma ordem de prisão temporária, para que fosse, pela quarta vez, inquirido sobre os mesmíssimos fatos", argumenta a defesa.

O pedido é subscrito pelos advogados José Luis Oliveira Lima, Rodrigo Dall'Acqua, Ana Carolina Piovesana e Rossana Brum Leques. Os defensores afirmam que "não há motivos" para se manter José Yunes preso temporariamente, pois ele "não representa qualquer risco para o bom andamento das investigações ou a colheita de provas".

De acordo com os advogados, o amigo de Temer "é primário, ostenta ótimos antecedentes, está com 81 anos de idade e passa por sérias complicações de saúde".

"Seu estado de saúde atual passa por tratamento químico e ambulatorial. Ele apresenta quadro clínico psiquiátrico com tratamento de ansiedade, caracterizado como transtorno do pânico e faz uso de medicamentos controlados", relatou a defesa.

"Desde junho de 2016, o requerente passa por tratamentos de quadro de "dislipidemia" e por acompanhamento "cardiológico por disfunção valvar". Naquela época, foi detectado quadro de "refluxo gastro-esofágico" significativo, sintomas "cardiocirculatórios", além de quadro de "ansiedade generalizada com episódios frequentes de agudização."

Os advogados narraram ainda que em 9 de janeiro de 2018, José Yunes passou por intervenção cirúrgica para troca de valva aórtica.

"Após alta hospitalar, o Requerente continuou com sintomas de ansiedade e permanece em tratamento desde então. Sua última consulta foi há dois dias, especificamente em 27 de março de 2018", relataram os advogados.

"Ressalte-se que a Custódia da Polícia Federal da Superintendência Regional de São Paulo informou aos advogados do Requerente que, em razão do feriado e do final de semana, José Yunes ficará incomunicável por três dias seguidos (até 02.04.2018, segunda-feira), sem poder receber seus advogados ou visitas, o que fragiliza ainda mais o cenário exposto."

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