Edinho Silva (Alesp/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de março de 2017 às 15h36.
Ribeirão Preto - O ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República e atual prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, negou hoje, em entrevista ao Broadcast, qualquer irregularidade durante o período como tesoureiro da campanha à reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014, principalmente as suspeitas de recebimento de recursos de caixa 2 pagos pela Odebrecht.
"Que poder que eu tenho para ordenar alguma coisa para a Odebrecht?" disse Edinho, repetindo, segundo ele, o que falou no depoimento prestado ontem, como testemunha, ao ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no processo que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.
O ex-tesoureiro da campanha de Dilma reafirmou que o então presidente da construtora, Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato, já declarou ter doado R$ 10 milhões em caixa 1 para a campanha da ex-presidente.
Edinho também rebateu a denúncia que, segundo ele, o ex-diretor da construtora Alexandrino Alencar fez ao TSE, de que teria pedido recursos por meio de caixa 2 para a compra de tempo de televisão para partidos da coligação liderada por Dilma.
"Se doações na campanha de Dilma foram legais, por que eu pediria doações ilegais para outros partidos?", disse o ex-ministro. "Eu nunca participei de uma reunião cuja pauta fosse de caixa 2 e, se houve doação por caixa 2 para outros partidos, foi opção da empresa", disse.
Ainda para o ex-tesoureiro, no depoimento feito por videoconferência, a tese sustentada foi de que a coligação vitoriosa em 2014 era "ideológica" já que todos os partidos já compunham a base da ex-presidente Dilma no primeiro mandato.
"Mostrei ao ministro Herman Benjamin que todos os partidos já participavam do governo, tinham ministério e eram da coligação desde 2010. A maioria, inclusive, já estava no governo (do ex-presidente) Lula", explicou.
Edinho comentou ainda que, apesar de o teor não ter sido revelado, a citação feita a ele na delação de Alencar pode ter sido o motivo de o seu nome estar na lista dos políticos investigados na Lava Jato, enviada esta semana pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, às diversas instâncias judiciais.