PAULO BERNARDO: ex-ministro é conduzido para avião que o levaria a São Paulo. Quem será o próximo? / Adriano Machado/ Reuters
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2016 às 06h28.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h15.
Depois de 30 dias, a Lava-Jato voltou às ruas ontem e, mais uma vez, trouxe mudanças para o cenário político. De um lado, reforçou a ruína do PT. De outro, mostrou que a ideia de acordão para salvar os poderosos que restam de pé não tem muito futuro.
Há outras três forças-tarefa: São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Miram irregularidades em obras como a de Angra 3, no Rio, e desvios no setor elétrico. Na operação Custo Brasil, ontem, o ex-ministro Paulo Bernardo, foi preso acusado de liderar um esquema que desviou 100 milhões de reais no Planejamento. A ação afeta sua esposa, a senadora Gleisi Hoffman, uma das principais defensoras de Dilma no Senado.
Aos poucos, o PT vai se esfacelando. A cúpula do partido se assombra com possíveis delações de outros personagens, como do ex-tesoureiro João Vaccari Neto. Seu conteúdo pode ser avassalador. Além dele, Paulo Ferreira, que ocupou o cargo de 2005 a 2010, foi preso ontem pela PF. Ele cuidou das contas do partido depois de Delúbio Soares, preso no Mensalão.
Outros personagens poderiam fazer revelações bombásticas, como Carlos Cortegoso. Dono da gráfica Focal, recebeu 24 milhões de reais da campanha de Dilma. Ex-diretor da Petrobras ligado a José Dirceu, Renato Duque parece ter se animado. E a fila pode crescer.
Lula convocou para hoje uma reunião com senadores e membros do partido que tentam reverter o impeachment de Dilma. Quer uma resposta. Ontem, o processo que o investiga voltou às mãos de Moro. O PT está enfraquecido como nunca a poucas semanas da definição sobre o impeachment. Michel Temer teve um dia de tranquilidade ontem. Mas esta sexta-feira de São João será de inquietude no mundo político. A Lava-Jato continua mais ativa do que nunca.