Bendine: a acusação aponta que ele solicitou e recebeu propina do Grupo Odebrecht durante o período em que esteve no cargo (Marcos Oliveira/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 8 de março de 2018 às 06h37.
Última atualização em 8 de março de 2018 às 09h44.
Moro condena Aldemir Bendine
O juiz federal Sérgio Moro condenou hoje o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine a 11 anos de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em um dos processos da Operação Lava-Jato. Na sentença, Moro afirmou que Bendine solicitou e recebeu propina do Grupo Odebrecht durante o período em que esteve no cargo, desde fevereiro de 2015, em substituição a ex-presidente Graça Foster. “O condenado assumiu o cargo de presidente da Petrobras em meio a um escândalo de corrupção e com a expectativa de que solucionasse os problemas existentes. O último comportamento que dele se esperava era de corromper-se, colocando em risco mais uma vez a reputação da empresa”, afirmou Moro. Bendine está preso no Complexo Médico-Penal (CMP) de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, desde julho do ano passado, quando foi preso preventivamente devido às investigações da Lava-Jato. Ele presidiu o Banco do Brasil de abril de 2009 a fevereiro de 2015 e a Petrobras até maio de 2016.
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População ativa vai parar de crescer em 2020
O número de pessoas em idade ativa (de 15 a 64 anos) vai parar de crescer no Brasil, enquanto o de idosos e crianças vai aumentar. Isso deve começar a acontecer em 2020, segundo relatório do Banco Mundial sobre emprego no país, divulgado nesta quarta-feira. O documento classifica o envelhecimento do Brasil como rápido e indica que o perfil demográfico nacional ficará semelhante ao de países europeus, embora o nível de desenvolvimento econômico e o de renda sejam diferentes em relação a esses lugares. Segundo o relatório, o envelhecimento da população acontecerá de forma acelerada porque a proporção de pessoas de 15 a 64 anos atingirá seu ponto máximo em três anos. Em contrapartida, a soma de crianças (de zero a 14 anos) e idosos (acima de 65 anos) vai aumentar, sobretudo porque haverá um número maior de pessoas mais velhas.
Mínimo alto dificulta emprego de jovens, diz Banco Mundial
A manutenção da atual política de valorização do salário mínimo, que vai até 2019, pode ter efeitos negativos sobre o mercado de trabalho, segundo o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Martin Raiser, ao comentar constatações do relatório “Competências e Empregos: Uma Agenda para a Juventude”, divulgado nesta quarta-feira. Raiser disse que essa política foi importante para a redução da pobreza quando entrou em vigor, em 2003, pois naquela época o mínimo vinha de um forte período de contração. Ao longo dos anos, porém, o piso cresceu de forma desconectada com o aumento da produtividade e por isso ele pode se tornar um problema. O mínimo brasileiro corresponde a 70% da renda mediana do país. Nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), essa relação está entre 40% e 50%. O relatório afirma que o salário mínimo elevado é um fator que dificulta o emprego dos jovens. “Há evidências internacionais que o salário mínimo mais alto afeta principalmente os jovens”, afirmou a economista do Banco Mundial Rita Almeida. Com o piso elevado, empresas optam por contratar trabalhadores mais experientes. Um estudo citado pelo relatório diz que, para cada 10% de aumento do salário mínimo, o emprego para jovens recua 3,8%.
Após operações da PF, 15 saem da lista de bilionários
Quinze brasileiros que tiveram o nome ou a empresa ligados à Lava-Jato e outras operações da Polícia Federal saíram da lista de bilionários da revista Forbes entre 2014 e 2018. A versão de 2018 do ranking mundial da revista foi divulgada nesta terça-feira. A publicação faz cálculos com base em informações públicas, como preço de ações e participações societárias, para listar as pessoas mais ricas do mundo. No caso do Brasil, foram identificadas 42 pessoas que tinham patrimônio maior que 1 bilhão de dólares (3,20 bilhões de reais) — em 2014 eram 150. Apesar do encolhimento da quantidade de bilionários brasileiros no período, pessoas ligadas a empreiteiras investigadas pela Lava-Jato, como Marcelo Odebrecht, ou empresas envolvidas em outras operações, como a família Batista, são ausências notáveis. Apenas duas pessoas que sofreram investigação permanecem na lista nos dois períodos: Walter Faria, dono da Itaipava, e André Esteves, do BTG Pactual.
Resposta europeia…
A Europa reagiu à imposição de tarifas sobre o aço e o alumínio, feitas pela gestão do presidente Donald Trump nesta semana. Nesta quarta-feira, a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström, apresentou as linhas gerais da eventual represália europeia, que deve incidir sobre uma cesta de produtos no valor de 2,8 bilhões de euros — valor semelhante ao do impacto da barreira americana. Bruxelas afirmou que impor tarifas alfandegárias dependeria de Washington cumprir suas ameaças. Os produtos tarifados seriam, além do aço e do alumínio, de simbolismo cultural e econômico para os Estados Unidos, como calças jeans Levi’s, motocicletas Harley-Davidson e uísque bourbon. As marcas foram ventiladas pelo presidente da comissão europeia, Jean Claude Juncker, mas ainda não há confirmação. A decisão da Europa preocupa ainda mais economistas sobre o crescimento de uma guerra comercial.
…que pode sobrar para o Brasil
Se a Europa impuser tarifas para o aço e o alumínio americanos, vai acabar sobrando para este lado do Atlântico. Pela lei da União Europeia, a imposição de uma salvaguarda aos Estados Unidos exigirá que o bloco aplique a mesma tarifa para todos os governos, inclusive o Brasil, para evitar uma “invasão” do mercado europeu com commodities que iriam para os Estados Unidos, mas “sobrariam” no mercado internacional. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, dentro do governo, técnicos começam a avaliar qual seria o impacto de uma medida europeia em determinados setores. Diplomatas brasileiros também já deixaram claro de maneira informal aos europeus sua preocupação com o impacto em cascada que retaliações possam ter.
Smiles despenca com menos dividendos
As ações da companhia de programa de fidelidade Smiles despencaram 9,86% no Ibovespa, maior queda do índice nesta quarta-feira. O motivo é uma debandada de investidores com a mudança de pagamento de dividendos da Smiles. A companhia afirmou em comunicado que vai pagar 25% do lucro de 2019 em dividendos — tradicionalmente, a Smiles pagava 100% do lucro aos acionistas no final do ano contábil, além de juros sobre capital próprio a cada trimestre. Isso fazia do papel um dos recomendados em carteiras de dividendos, atrativo que foi perdido com a decisão.
Trump pede à China plano para reduzir desequilíbrio comercial
O presidente americano, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que a China foi convidada a desenvolver um plano para reduzir seu superávit comercial com os Estados Unidos. Em seu Twitter, Trump escreveu que a China foi convidada a desenvolver um plano para este ano de uma redução de 1 milhão de dólares em seu enorme déficit comercial com os EUA. A China registrou um superávit comercial de bens recorde com os Estados Unidos no ano passado de 375,2 bilhões de dólares. O anúncio é mais uma indicação da proteção à economia americana. Na semana passada, ele anunciou que planejava impor tarifas pesadas sobre as importações de aço e alumínio.
Crimes contra a humanidade na Venezuela
O alto-comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Al-Hussein, alertou nesta quarta-feira para um possível crime contra a humanidade na Venezuela. Segundo ele, a ajuda humanitária está sendo instrumentalizada politicamente e a entrega de alimentos e remédios é alvo de condicionantes políticos. Como maneira de impedir que os crimes continuem, Al-Hussein sugeriu que fosse criada uma comissão de inquérito contra o país para investigar abusos e crimes. O alto-comissário ainda afirmou que o país não tem condições políticas e sociais para realizar a eleição marcada para maio. Para a ONU, o país não tem condições de apresentar eleições livres.
Colômbia vai fechar fronteiras antes das eleições
O governo da Colômbia afirmou, nesta quarta-feira, que vai fechar seus postos de imigração antes das eleições legislativas e primárias presidenciais, marcadas para o domingo. O governo fechará os postos por terra e mar durante 70 horas com o objetivo de “manter a ordem pública”. O governo afirmou ainda que esse é um procedimento-padrão. Neste ano, milhares de venezuelanos têm entrado no país pela fronteira, alguns como imigrantes, outros como visitantes compradores de bens básicos, conforme tem aumentado a escassez de muitos itens na Venezuela devido à crise. Estima-se que mais de meio milhão de venezuelanos tenham ido para a Colômbia, enquanto outros 650.000 podem ter entrado no país em busca de outros destinos ou em visita antes de voltarem para casa. Os números não incluem milhares que podem ter cruzado a fronteira ilegalmente.