Brasil

Curso profissionalizante para jovens tem 85% de empregabilidade em SP

As inscrições para o próximo semestre estão abertas até maio para estudantes do 3º ano do ensino médio

Educação: curso profissionalizante para jovens de baixa renda tem inscrições abertas (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

Educação: curso profissionalizante para jovens de baixa renda tem inscrições abertas (Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 25 de março de 2018 às 13h18.

Em dez anos de atuação na capital paulista, o Instituto Proa, com apoio do Senac, preparou cerca de 3,9 mil jovens para o mercado de trabalho. Segundo a organização não governamental, 85% dos estudantes que passam pelos seis meses de programa conseguem a tão sonhada vaga de trabalho.

Além de disciplinas técnicas, como matemática, informática e práticas administrativas, a formação busca ampliar o repertório dos adolescentes e promover mudanças comportamentais. "A gente foca muito no indivíduo no ser humano, em mudar comportamento, valores e autoestima", disse o diretor do instituto, Rodrigo Dib.

As inscrições para o próximo semestre estão abertas até maio para estudantes do 3º ano do ensino médio, entre 17 e 19 anos, matriculados em escola pública e com renda familiar de até 1,5 salário mínimo. Para conseguir uma das 320 vagas os jovens têm de passar por um processo seletivo. Os jovens interessados no curso devem se inscrever no site do portal.

Formação ampla

As aulas acontecem todos os dias, durante seis horas. A formação técnica, no entanto, é, segundo Dib, a parte menos importante do processo. "O retorno que temos do próprio mercado de trabalho é que o mais importante são os aspectos comportamentais a serem trabalhados com os jovens. Aqui vemos que, muito mais do que um curso técnico, quando a gente consegue ter essa mudança de comportamento, deles entenderem o mundo ao seu redor, construir projeto de vida, a gente consegue uma taxa de sucesso bem assertiva", afirmou.

A ideia é fazer com que os adolescentes consigam medir o próprio potencial e elaborar objetivos a partir disso. "O que vemos é que existe uma grande lacuna entre o ensino público e o mundo real, o mercado de trabalho e o mundo corporativo", acrescentou o diretor da ONG sobre as carências que o programa busca suprir.

"Ele [jovem] começa a entender que, com uma coisa estruturada, é possível sair do ensino médio e começar a trabalhar em uma boa empresa. Aí, dessa boa empresa, vai ter uma promoção, vai fazer faculdade."

Depois dos seis meses de curso, os adolescentes ainda são acompanhados por mais três anos, recebendo apoio para a vida profissional. "Acreditamos que, chegando aos três anos e meio, estudando, trabalhando e tendo renda, ele vai poder andar com as próprias pernas", explicou o diretor.

Assim, aspectos como o repertório cultural tem espaço privilegiado na proposta. São feitas visitas a museus, a pontos históricos da cidade de São Paulo e idas ao cinema, com acompanhamento de educadores.

"Achamos que cultura e educação são a mesma coisa. Quanto mais cultura, mais repertório ele tiver, quanto mais ele conhecer do seu entorno, também eu estou mudando a educação dele", justificou Dib sobre a relevância de se trabalhar esses pontos.

Autoconhecimento

A formação multidisciplinar ajudou a jovem Yasmim Borges, atualmente com 19 anos, a superar alguns preconceitos que tinha. "Eu tinha medo de algumas religiões. Não entendia que cada um tem um tipo de religião, um tipo de cultura", afirmou ao comentar como o programa teve impactos positivos em sua vida.

Hoje, além de cursar administração em uma universidade particular, ela trabalha no departamento de controladoria de uma grande empresa. Um sucesso que Yasmin disse acreditar que foi facilitado pela passagem pelo instituto.

"Me deu mais confiança. Me fez entender que, dali para frente, a partir do momento que sentei na cadeira do Senac, tinha outras responsabilidades que iam crescer e que isso não era ruim, era bom", informou Yasmin sobre o início do seu processo.

A partir do trabalho dentro do Proa, ela conseguiu se entender melhor e separar os interesses pessoais das possibilidades profissionais. "Jogo handebol pela minha faculdade, mas não necessariamente preciso trabalhar com handebol. Posso continuar fazendo handebol pelo resto da vida", exemplificou.

Agora, a jovem pensa em fazer um intercâmbio para aprender outro idioma no exterior. "Sou muito apaixonada pela cultura de lá. Tenho muita curiosidade de conhecer um país que fala dois idiomas. Sempre achei muito bonito do que vejo desde pequena em fotos e na internet".

Acompanhe tudo sobre:Educação no BrasilEmpregosJovens

Mais de Brasil

Governo publica decreto com regras sobre uso da força por policiais; veja pontos

Queda de ponte: caminhões despejaram 76 toneladas de ácido sulfúrico no Rio Tocantins, diz ANA

Daniel Silveira vai passar por audiência de custódia ainda nesta terça-feira, véspera de Natal

Daniel Silveira é preso pela PF no Rio após descumprir medidas judiciais