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Cunha recua e consultará advogados antes de voltar a Câmara

O peemedebista alegou que a declaração, feita logo após o depoimento de quase 7h, foi uma resposta a quem dizia que ele estava proibido de por os pés na Câmara


	Cunha: "Segunda foi forma de expressão. E não irei antes dos advogados me posicionarem claramente sobre o que posso ou não fazer"
 (Adriano Machado / Reuters)

Cunha: "Segunda foi forma de expressão. E não irei antes dos advogados me posicionarem claramente sobre o que posso ou não fazer" (Adriano Machado / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2016 às 18h00.

Brasília - Um dia após anunciar que voltaria a ocupar seu gabinete na Câmara na próxima segunda-feira, 23, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) recuou da declaração e disse à reportagem que antes vai consultar os advogados e avaliar a conveniência de voltar a frequentar a Casa.

O peemedebista alegou que a declaração, feita logo após o depoimento de quase sete horas no Conselho de Ética, foi uma resposta a quem dizia que ele estava proibido de por os pés na Câmara por estar suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

"Segunda foi forma de expressão. E não irei antes dos advogados me posicionarem claramente sobre o que posso ou não fazer. Se houver dúvidas, vou pedir que peticionem ao STF", afirmou.

Apesar de afastado, o peemedebista mantém o gabinete parlamentar funcionando, assim como algumas prerrogativas, como carro reserva da presidência, salário integral, segurança da Polícia Legislativa e uso da residência oficial da Câmara.

Cunha disse que não está proibido de voltar à Casa, que ao declarar que voltaria ao gabinete na próxima semana, não seria para trabalhar porque isso poderia ser interpretado como uma afronta à decisão do STF.

Ele ressaltou que só voltará a frequentar a Câmara "dentro do estrito respeito à decisão" da Corte. "Pode até não ser semana que vem", completou.

Nesta quinta-feira, o peemedebista informou aos jornalistas que estaria de volta à Câmara na segunda-feira.

"Eu estou suspenso do exercício do mandato e não de frequentar a Câmara. Vou frequentar meu gabinete pessoal não mais hoje, mas a partir de segunda-feira vocês me encontram no gabinete 510", disse na ocasião.

Questionado se poderia frequentar seu gabinete, o peemedebista afirmou que estava suspenso do exercício do mandato e não do mandato.

Aliados de Cunha revelaram que o peemedebista, mesmo articulando e negociando cargos no governo da residência oficial, estava começando a se sentir isolado e longe da movimentação do Congresso.

Hoje, líderes partidários concluíram que Cunha desafiaria a Justiça ao voltar a Casa. "Não tenho dúvida de que é provocação, desobediência total à ordem judicial", avaliou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

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