Brasil

Cunha rebate acusação do Conselho sobre interferência

O presidente do Conselho de Ética acusou o o deputado de operar para tirá-lo da presidência do órgão, para que ele não vote o parecer que pedirá sua cassação


	Cunha: o presidente do Conselho de Ética acusou o o deputado de operar para tirá-lo da presidência do órgão, para que ele não vote o parecer que pedirá sua cassação
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Cunha: o presidente do Conselho de Ética acusou o o deputado de operar para tirá-lo da presidência do órgão, para que ele não vote o parecer que pedirá sua cassação (Antonio Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2016 às 16h51.

Brasília - O deputado e presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rebateu na tarde desta terça-feira, 31, a acusação do presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), de que ele continua influenciando a Casa, mesmo distante da atividade legislativa.

Durante o ato de entrega do parecer do relator Marcos Rogério (DEM-RO) sobre o processo disciplinar contra Cunha, Araújo foi notificado sobre a existência de cinco representações contra ele sob análise da Corregedoria da Câmara e acusou o peemedebista de operar para tirá-lo da presidência do conselho, de forma que ele não vote o parecer que deverá pedir sua cassação.

"Estou afastado e esse ato não é meu. Assim como desconheço as razões das representações, não conheço os seus supostos adversários políticos. Em vez de procurar culpados, deveria responder aos atos denunciados", disse Cunha por meio de sua assessoria.

Os pedidos de investigação contra Araújo são de políticos do interior da Bahia, adversários locais dele. Araújo tem cinco dias úteis para se defender das denúncias - que versam desde o uso político de uma rádio local até recebimento de R$ 75 mil de um deputado estadual.

Após esse prazo, a Corregedoria da Casa formulará um parecer pela continuidade ou não da representação. Caberá à Mesa Diretora - comandada em sua maioria por aliados de Cunha - decidir se o caso será encaminhado ao Conselho de Ética.

Se as representações forem instauradas no conselho, Araújo é automaticamente afastado do colegiado.

Cunha rebateu as críticas de que tem manobrado para retardar seu processo. "Quero celeridade no processo e isso não afeta em nada o andamento. Pode, quando muito, afetar a ele (Araújo) que terá de se explicar e responder às denúncias", emendou o deputado afastado.

A ação foi vista por Araújo como mais uma ação do grupo de Cunha para tirá-lo da votação do parecer contra o peemedebista e garantir assim votos suficientes para enterrar o processo por quebra de decoro.

Na atual circunstância, se a deputada Tia Eron (PRB-BA) votar pela cassação do mandato, o voto de Araújo será utilizado para desempatar o placar mais uma vez.

"Eduardo Cunha foi afastado, mas tudo leva a crer que ele continua manejando seus tentáculos nesta Casa. Não vamos ficar intimidados com as manobras de Eduardo Cunha", declarou Araújo mais cedo.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCassaçõesEduardo CunhaPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Governadores do Sudeste e Sul pedem revogação de decreto de Lula que regula uso de força policial

Pacote fiscal: Lula sanciona mudanças no BPC com dois vetos

Governo de SP realiza revisão do gasto tributário com impacto de R$ 10,3 bilhões

Bandeira tarifária de janeiro se mantém verde, sem cobrança extra