Brasil

Cumbica descarta projeto e impõe prejuízo à Infraero

O futuro Terminal 3 do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, vai ser engavetado. Projeto é estimado em R$ 22,6 milhões

O projeto foi encomendado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, a Infraero (Mário Rofrigues/VEJA São Paulo)

O projeto foi encomendado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, a Infraero (Mário Rofrigues/VEJA São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 12h42.

São Paulo - O projeto de R$ 22,6 milhões encomendado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) para o futuro Terminal 3 do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, vai ser engavetado. Isso porque os novos operadores do aeroporto - a Concessionária Aeroporto Internacional de Guarulhos S.A. - decidiram não aproveitar o projeto, que ficou conhecido pelo desenho em formato de avião.

Quando definiu as regras da concessão de Cumbica, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estipulou que a Infraero entregasse o projeto básico do terceiro terminal ao operador privado. Mas o contrato não tem nenhuma cláusula que obrigue a iniciativa privada a usar o tal projeto. A informação é da Anac.

Questionada sobre o motivo de gastar tanto dinheiro em um projeto quando a discussão sobre a privatização de Cumbica já estava em andamento, a Infraero afirmou que a entrega "estava na lista dos afazeres" da estatal, "assim como a conclusão das obras de terraplenagem".

Economia

Agora, a Infraero tenta reduzir o prejuízo: em uma reunião ontem com o consórcio MAG - formado, entre outras empresas, pelo escritório de arquitetura paulistano Biselli+Katchborian -, tentou renegociar o valor global do contrato, uma vez que o projeto executivo não chegará a ser feito. Dos R$ 22,6 milhões totais, quase R$ 11 milhões já foram pagos pelos estudos preliminares e projeto básico.

A Infraero quer fechar tudo em aproximadamente R$ 16 milhões, mas ainda não chegou a um acordo com os escritórios, que venceram uma licitação em 2009 para tocar a proposta.

Formada pela construtora Invepar e pela operadora de aeroportos sul-africana Acsa, a Concessionária Aeroporto Internacional de Guarulhos confirma que não vai usar o projeto encomendado pela Infraero. Dois novos desenhos estão sendo elaborados por um escritório de arquitetura com sede fora do País.

A concessionária não comenta por que não quis usar o projeto já pronto. A reportagem apurou que ele não atenderia aos padrões pretendidos pelos novos donos do aeroporto, que querem que Guarulhos siga uma identidade visual parecida com a dos aeroportos que a Acsa já mantém na África do Sul, em cidades como Johannesburgo.


Pensado para receber apenas a demanda de passageiros internacionais de Guarulhos, o Terminal 3, oficialmente, tem capacidade estimada para 12 milhões de passageiros por ano. Mas a concessionária já estaria repensando esse número, uma vez que, só em 2011, o aeroporto recebeu 11,3 milhões de passageiros internacionais e, com a estimativa atual, já nasceria saturado.

Até a Copa de 2014, o terceiro terminal não estará 100%, mas vai operar com no mínimo metade da capacidade. Será ampliado aos poucos até 2022, quando Cumbica poderá receber, ao todo, cerca de 60 milhões de pessoas por ano.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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