Exame Logo

Cresce violência na Bahia em meio a greve da PM

A Secretaria de Segurança da Bahia contabiliza cerca de 115 assassinatos desde o início da greve policial, em 31 de janeiro - mais do que o dobro da média

Greve de policiais fez disparar homicídios na Bahia. A crise de segurança fez o Exército ser deslocado em áreas de risco da região (Marcello Casal Jr/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2012 às 18h34.

Salvador - O governo da Bahia busca na terça-feira uma saída negociada para a greve da Polícia Militar, que já provocou uma disparada no número de homicídios e afeta a imagem do Estado a poucos dias do Carnaval. O movimento agora ameaça se espalhar para outras partes do país.

A Secretaria de Segurança da Bahia contabiliza cerca de 115 assassinatos desde o início da greve policial, em 31 de janeiro -mais do que o dobro da média habitual no Estado, que tem uma das maiores taxas de criminalidade do país.

As autoridades buscam evitar um confronto entre centenas de policiais entrincheirados na Assembleia Legislativa, em Salvador, e mil soldados do Exército que os mantêm sob sítio desde a madrugada de segunda-feira.

"Aqui está todo mundo armado, mas nosso movimento é pacífico e ordeiro", disse à Reuters o líder da greve, Marcos Prisco, falando por telefone de dentro do prédio.

"Se você manda uma tropa armada cercar uma Assembleia Legislativa com outra tropa armada, esse confronto poderá acontecer. Mas partindo da gente, não vai acontecer", acrescentou.

O protesto expõe a fragilidade institucional do Brasil, que espera consolidar seu papel como sexta maior economia do mundo com a organização da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016.

Os grevistas parecem ter desistido da sua reivindicação de um aumento salarial de 30 por cento, e estão dispostos a abandonar o protesto se as autoridades revogarem o mandado de prisão contra os líderes do movimento.

Mas o governador Jacques Wagner (PT) suspeita que alguns dos grevistas estejam por trás dos homicídios e roubos que estremeceram Salvador, e descartou falar em anistia.


"Isto é uma democracia. O direito de reivindicar está garantido, mas não o direito de ofender, depredar e ameaçar pessoas", disse ele à rádio CBN. Wagner oferece um aumento salarial de 6,5 por cento aos policiais militares e aceita discutir o aumento da gratificação da categoria.

Enquanto isso, a Bahia já começa a sentir o impacto econômico da greve. Cerca de 10 por cento das reservas hoteleiras para o Carnaval de Salvador já foram canceladas por causa da violência.

"E vai ser muito pior ainda se não resolverem isso", disse o presidente da seção baiana da Associação Brasileira das Agências de Viagens, Pedro Galvão. "As pessoas não viajam para lugares onde vão ficar assustadas."

Salvador, a capital do Estado, receberá jogos da Copa de 2014 e pode sediar partidas da Copa das Confederações, que será disputada em junho do ano que vem.

Segundo as autoridades, apenas 20 por cento dos 31 mil policiais militares apoiam a greve.

Mas o protesto pode ganhar a adesão de colegas dos grevistas em outros Estados. "Poderia desencadear uma série de paralisações em solidariedade com os companheiros (da Bahia)", disse o presidente da Associação Nacional de Policiais, Pedro Queiroz.

"Estou vendo que alguns Estados já começam a se inquietar em relação a esses maus tratos que o governo da Bahia está fazendo com os policiais militares. Então alguns colegas estão ficando eufóricos e isso pode acabar acontecendo. Quem é que vai impedir?", disse.

Veja também

Salvador - O governo da Bahia busca na terça-feira uma saída negociada para a greve da Polícia Militar, que já provocou uma disparada no número de homicídios e afeta a imagem do Estado a poucos dias do Carnaval. O movimento agora ameaça se espalhar para outras partes do país.

A Secretaria de Segurança da Bahia contabiliza cerca de 115 assassinatos desde o início da greve policial, em 31 de janeiro -mais do que o dobro da média habitual no Estado, que tem uma das maiores taxas de criminalidade do país.

As autoridades buscam evitar um confronto entre centenas de policiais entrincheirados na Assembleia Legislativa, em Salvador, e mil soldados do Exército que os mantêm sob sítio desde a madrugada de segunda-feira.

"Aqui está todo mundo armado, mas nosso movimento é pacífico e ordeiro", disse à Reuters o líder da greve, Marcos Prisco, falando por telefone de dentro do prédio.

"Se você manda uma tropa armada cercar uma Assembleia Legislativa com outra tropa armada, esse confronto poderá acontecer. Mas partindo da gente, não vai acontecer", acrescentou.

O protesto expõe a fragilidade institucional do Brasil, que espera consolidar seu papel como sexta maior economia do mundo com a organização da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016.

Os grevistas parecem ter desistido da sua reivindicação de um aumento salarial de 30 por cento, e estão dispostos a abandonar o protesto se as autoridades revogarem o mandado de prisão contra os líderes do movimento.

Mas o governador Jacques Wagner (PT) suspeita que alguns dos grevistas estejam por trás dos homicídios e roubos que estremeceram Salvador, e descartou falar em anistia.


"Isto é uma democracia. O direito de reivindicar está garantido, mas não o direito de ofender, depredar e ameaçar pessoas", disse ele à rádio CBN. Wagner oferece um aumento salarial de 6,5 por cento aos policiais militares e aceita discutir o aumento da gratificação da categoria.

Enquanto isso, a Bahia já começa a sentir o impacto econômico da greve. Cerca de 10 por cento das reservas hoteleiras para o Carnaval de Salvador já foram canceladas por causa da violência.

"E vai ser muito pior ainda se não resolverem isso", disse o presidente da seção baiana da Associação Brasileira das Agências de Viagens, Pedro Galvão. "As pessoas não viajam para lugares onde vão ficar assustadas."

Salvador, a capital do Estado, receberá jogos da Copa de 2014 e pode sediar partidas da Copa das Confederações, que será disputada em junho do ano que vem.

Segundo as autoridades, apenas 20 por cento dos 31 mil policiais militares apoiam a greve.

Mas o protesto pode ganhar a adesão de colegas dos grevistas em outros Estados. "Poderia desencadear uma série de paralisações em solidariedade com os companheiros (da Bahia)", disse o presidente da Associação Nacional de Policiais, Pedro Queiroz.

"Estou vendo que alguns Estados já começam a se inquietar em relação a esses maus tratos que o governo da Bahia está fazendo com os policiais militares. Então alguns colegas estão ficando eufóricos e isso pode acabar acontecendo. Quem é que vai impedir?", disse.

Acompanhe tudo sobre:Polícia MilitarSalvadorseguranca-digitalViolência urbana

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame