CPMI da JBS tem dia decisivo que pode constranger Janot
ÀS SETE - A comissão, que tem por objetivo constranger Janot, deve ouvir nesta terça-feira, às 9 horas, o procurador Ângelo Goulart Villela
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2017 às 06h57.
Última atualização em 17 de outubro de 2017 às 07h40.
A CPMI da JBS deve, finalmente, ouvir nesta terça-feira, às 9 horas, o procurador da República Ângelo Goulart Villela. A oitiva foi adiada por duas vezes, mas é de suma importância para o destino dos envolvidos na Operação Lava-Jato.
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O depoimento terá por base esclarecer a atuação e a vinculação de Villela com a JBS, mas o objetivo máximo é de constranger o ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Em entrevista recente ao jornal Folha de S. Paulo, o procurador deu um gosto do tipo de veneno que pretende destilar em seu depoimento.
“Valendo-se da informação que estava no Congresso no sentido de que a indicação de Raquel era dada como certa, viu na JBS a oportunidade de ouro para, em curto espaço de tempo, derrubar o presidente da República e assim evitar que sua principal desafeta política viesse a ocupar a sua cadeira”, disse o procurador ao jornal.
Além de se colocar como bode expiatório de Janot, Villela afirma que não havia hipótese de que o procurador-geral desconhecesse o envolvimento de Marcello Miller como intermediário da negociação de delação do grupo J&F com a PGR.
As armas estão carregadas pois o agente chegou a ser preso na Operação Patmos, acusado por Joesley Batista, sócio do grupo J&F, de que seria um infiltrado no Ministério Público Federal para vazar informações de interesse da empresa sobre as investigações da Operação Greenfield.
O Supremo Tribunal Federal, contudo, revogou, em agosto, a prisão preventiva de Villela e aplicou medidas cautelares, como proibição de manter contato com investigados, recolhimento noturno e suspensão do cargo de procurador. Villela, contudo, saiu da prisão atirando.
Aos senadores e deputados envolvidos em escândalos, o depoimento de Villela soa como música. Os fatos relatados, em especial a conexão de Miller com a J&F antes da hora, atende aos anseios de desacreditar o trabalho do ex-procurador-geral, dizendo que está contaminado com vícios político e ideológicos.
Perguntado se o depoimento será de sucessivos ataques ao ex-procurador-geral, o presidente da CPMI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), diz: “Vamos ver o que ele tem a relatar”.